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Pequena e espaçosa, a tartaruga-de-orelha-vermelha é uma notável intrusa

Conhecida pelas listras vermelhas na lateral da cabeça, a tartaruga-de-orelha-vermelha (Trachemys scripta) é uma das moradoras, junto com outros tipos de quelônio, do Reptiliário do Parque da Ciência Butantan. Ao contrário de boa parte dos répteis que vivem por lá, no entanto, essa tartaruga é exótica – ou seja, não é uma espécie nativa do Brasil.

Originária do sudeste e centro dos Estados Unidos e norte do México, foi introduzida em várias regiões do mundo.  No Brasil, surgiu como uma espécie invasora na década de 80, ao ser adotada de forma irresponsável como bichinho de estimação. Como diversas outras espécies invasoras, tornou-se um grande problema ambiental e teve sua comercialização proibida em 1998.

A tartaruga-de-orelha-vermelha pode chegar a até 40 centímetros, e suas fêmeas são maiores que os machos. O acasalamento ocorre entre março e julho, sempre debaixo d’água. Na natureza, a fêmea coloca seus ovos em um ninho cavado no solo, nas margens dos rios.

A espécie tem comportamento semiaquático. Ela gosta de águas doces e calmas, como rios lentos, lagos, açudes e pântanos, e suas patas são adaptadas, com unhas grandes e membranas entre os dedos que ajudam na locomoção dentro d’água. Uma curiosidade: geralmente os machos possuem unhas mais longas que as fêmeas que utilizam como corte durante o ritual de acasalamento.

A alimentação da tartaruga-de-orelha-vermelha é muito variada, são onívoras e vorazes, comem de tudo, principalmente vegetais, insetos, pequenos peixes e até matéria em decomposição. Na juventude, ela prefere ingerir em maior quantidade as proteínas animais, que ajudam no desenvolvido dos órgãos, e na velhice opta por alimentos mais leves e de fácil digestão.

Sua presença de forma exótica, seja no Brasil ou em qualquer outro país em que ela seja intrusa, ameaça os animais nativos, com disputas de alimento, de território e de parceiro, a ausência de predadores a torna facilmente adaptada aos ambientes e o cruzamento com espécies nativas podem originar   indivíduos híbridos, ou seja que não se reproduzem.

TARTARUGA-DE-ORELHA-VERMELHA

Espécie: Trachemys scripta, da ordem Testudines, da família Emydidae e do gênero Trachemys

Onde habita: ambientes próximos da água em savanas ou florestas úmidas do sudeste e centro dos Estados Unidos e norte do México

Características físicas: listras avermelhadas na lateral da cabeça, patas com unhas longas (principalmente entre os machos); carapaça lisa e achatada, na tonalidade verde escura ou amarronzada com manchas verdes claras; todo o corpo possui padrão de listras que intercalam verde e amarelo o que a faz ser confundida com a espécie brasileira Trachemys dorbigni (tigre d’água).

Alimentação: são onívoras (comem de tudo) pequenos peixes, besouros, grilos, moluscos, larvas, plantas aquáticas, flores e folhas

*Este texto foi produzido com o apoio da bióloga e pesquisadora Myriam Elizabeth Velloso Calleffo, coordenadora do Reptiliário e do Biotério Semiextensivo de Quelônios e Lagartos do Laboratório de Ecologia e Evolução do Butantan.

Fonte: https://butantan.gov.br/noticias

Joice Ferreira

Colunista associada para o Brasil em Duna Press Jornal Magazine. Protetora independente e voluntária na causa animal.

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