Em 10 de fevereiro de 2024, o navio Al Kuwait, carregado com 19 mil bois, partiu do Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, com destino ao Iraque. Após oito dias de viagem, em 18 de fevereiro, atracou no porto da Cidade do Cabo, na África do Sul, para reabastecimento. Segundo relatos da mídia local, no dia seguinte a cidade foi tomada de um forte mau cheiro, rapidamente associado pela população local à chegada do navio. O Conselho Nacional de Sociedades para a Prevenção da Crueldade contra Animais (NSPCA, na sigla em inglês) solicitou à Justiça sul-africana autorização para subir a bordo do Al Kuwait para avaliar a condição dos animais. Em nota pública, a organização assim descreveu aquilo com que sua equipe se deparou: “As cenas no navio eram repugnantes, com um acúmulo extremo de fezes e urina, e os animais não tinham outra opção a não ser descansar em baias com seus próprios excrementos (tradução livre).” Além de animais mortos, foram encontrados animais doentes e machucados, alguns dos quais tiveram que ser submetidos à eutanásia.
É imperativo lembrar que o grau de consciência sobre a brutalidade das exportações de animais vivos já está estabelecido no país: a maior parte da população brasileira (84%) é favorável à proibição da atividade, segundo pesquisa do Instituto Ipsos realizada em 2019.
Ao redor do mundo, a mudança já começou. Proibições e restrições já foram anunciadas na Ásia, na Oceania e na Europa. O Brasil não pode ficar para trás.
Créditos: https://mercyforanimals.org.br