O governo português tomou uma decisão firme ao recusar iniciar o processo de pagamento de reparações pelo seu passado colonial e envolvimento no comércio de escravos, contrariando a declaração anterior do presidente sobre o assunto, relatou a Reuters.
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente português, havia afirmado anteriormente que os países afetados pelo comércio transatlântico de escravos, no qual Portugal teve participação, mereciam reparações. No entanto, um comunicado oficial do governo citado pela agência de notícias afirma que não há planos para um programa específico de pagamento de reparações. O governo destaca o desejo de fortalecer as relações mútuas, o respeito pela verdade histórica e uma cooperação mais estreita com base na reconciliação entre os povos.
O primeiro-ministro também descreveu as relações com as ex-colônias como “verdadeiramente excelentes”, mencionando a cooperação em diversas áreas como educação, língua, cultura, saúde e economia.
As declarações do governo português vêm em um momento em que o debate sobre reparações pelo comércio de escravos ganha destaque globalmente. Recentemente, o Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, durante a 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, instou os Estados Unidos e os países da Europa Ocidental a pagarem reparações à África pelo seu papel no comércio de escravos.
O império colonial português, ao longo da história, incluiu territórios como Angola, Brasil, Timor Leste, Cabo Verde e Moçambique, além de algumas partes da Índia. A recusa de Portugal em iniciar um processo de pagamento de reparações reflete uma posição delicada em relação ao seu passado colonial e às consequências desse legado nos dias de hoje.