Política

Vale: mineradora brasileira afunda na própria lama

Rompimento de barragem em Brumadinho, se torna três vezes mais devastador que o caso em Mariana (2015).

Fundada por Getúlio Vargas em 1941, a multinacional Vale sempre foi uma referência mundial em mineração, e lidera a extração de minério de ferro, níquel e pelotas. No site oficial da empresa, afirmam que possuem compromisso com o meio ambiente; mas como o mundo inteiro percebeu após a catástrofe em Brumadinho, não é bem assim.

Por conta da barragem rompida, mais de 90 mortes foram confirmadas pelos bombeiros; há 259 desaparecidos; 98 km percorridos pela lama contaminada com resíduos tóxicos; os rios próximos, Paraopeba e Juatuba, estão totalmente cobertos pelos detritos (com previsão de chegarem ao rio São Francisco); segundo o IBAMA, 133 hectares de Mata Atlântica foi devastada; segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária do município, 180 agricultores perderam parte de sua produção; dentre outros prejuízos naturais.

A revolta, além dos familiares das vítimas, está presente por todo o Brasil. Como se não bastasse a corrupção dos governos anteriores, a maior mineradora do país utilizava uma técnica de barragem de rejeitos ultrapassada e mais barata: o alteamento; método que foi extinto em vários países por não fornecer segurança.

Diante do bloqueio de 5 bilhões de reais impostos pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a Vale enfrenta um problema ainda maior: a pressão do mercado de ações. Na segunda-feira (28), a empresa suspendeu a remuneração dos acionistas e os bônus de seus executivos, até o encerramento das investigações. Essas medidas trouxeram consequências: no dia seguinte, acionistas dos Estados Unidos entraram com uma ação coletiva contra a mineradora, tendo como réus o presidente e o diretor financeiro da Vale. Os acionistas afirmam que a empresa mentia em seus comunicados, ao dizer que manteria locais de trabalho seguros e que se comprometeriam com a sustentabilidade e preservação do meio ambiente.

A Vale se comprometeu a indenizar cada família com o valor de 100 mil reais, uma soma que não é suficiente para ajudar as famílias que perderam seus provedores de renda de uma forma tão devastadora, pois centenas continuam desaparecidos. O governo de MG deu um prazo de três anos para a Vale extinguir as mineradoras que utilizam o sistema de barragens por alteamento, que ao todo são 50.

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