
A corrida no autódromo de Interlagos foi surpreendente e sem dúvidas, a melhor da temporada até agora. O grid de largada foi liderado por Max Verstappen, em sua segunda pole do ano, seguido de Sebastian Vettel e Lewis Hamilton. Charles Leclerc largou em 14º, ao ser punido por levar uma nova configuração de motor para o GP.
Ao se apagarem as luzes, Hamilton saiu pela direita para tomar a P2 de Vettel e conseguiu passar por fora durante a curva 1 sem dificuldade. Leclerc buscava sair do meio-campo e conquistou três posições ainda na primeira volta.
Sete voltas à frente, Daniel Ricciardo – que se encontrava na P14 – vinha com asa a móvel aberta, pela esquerda de Kevin Magnussen. Ao fazer a curva 4, Ricciardo tocou em Kevin e o fez deslizar para fora da pista. O piloto Renault foi direto para os boxes trocar a asa dianteira danificada pelo contato. Após investigação da FIA, Daniel foi penalizado em +5 segundos por não ter dado espaço ao piloto Haas. Nessa volta, Leclerc já se encontrava na P8.
Max Verstappen fez sua primeira parada na volta 21/71, com um tempo impressionante de 1.8s. Ao ser liberado para sair do pit-lane, o piloto RBR foi fechado por Robert Kubica, que deveria respeitar a preferência de Verstappen, por ter sido o primeiro a sair do pit-stop. A manobra ilegal do piloto Williams prejudicou a saída com vantagem de Verstappen e por isso, a FIA penalizou Kubica em +5s. Max saiu dos boxes na P6, mas claramente furioso com o imprevisto, forçou as ultrapassagens e na mesma volta, deixou Albon e Hamilton para trás e assumiu a P3.
Na volta 27/71, Verstappen recuperou a liderança da prova, no momento em que Valtteri Bottas foi para os boxes. A partir daí, Hamilton começou a reclamar da falta de comunicação da equipe em relação ao estado das funções do carro.
Em mais da metade da corrida, na volta 45/71, Verstappen foi fazer mais uma parada e a equipe RBR pela segunda vez seguida, realizou a troca de pneus dentro de 1.9s.
Na volta seguinte, Bottas forçava sua Mercedes ao máximo para ultrapassar Leclerc e subir para a P5, mas a cada volta, o piloto Ferrari defendia a posição com maestria, mesmo com a ativação da asa móvel de Bottas.
Vettel – que era o líder da disputa – foi para os boxes na volta 49/71, o que abriu espaço para Verstappen recuperar novamente a pole.
Três voltas depois, por ficar muito tempo no vácuo de Leclerc sem refrigeração, Bottas superaqueceu o motor de sua Mercedes, onde ficou claro ao sair uma fumaça branca na traseira de seu carro. Ao encostar na lateral esquerda da pista, o piloto finlandês abandonou pela segunda vez na temporada, desde o GP da Alemanha. O Safety Car foi ativado em seguida.
Verstappen aproveitou a bandeira amarela e foi em direção aos boxes realizar sua última parada e voltou na P2, atrás de Hamilton. Na volta seguinte, os carros atrasados (em 1 volta ou mais) foram liberados para tirar suas voltas de diferença, e contornar o carro de segurança. O Safety Car permaneceu até a volta 59/71.
Assim que a prova foi retomada, Verstappen colou em Hamilton para brigar pela liderança e durante a curva 2, deixou o hexacampeão para trás e recuperou a pole pela terceira vez. Logo depois, seu parceiro de equipe Alex Albon, conquistou a P3 de Vettel. Na volta 65/71, Verstappen abria uma diferença de 3.5s em relação a Hamilton.
Uma volta depois, houve uma batalha entre os pilotos Ferrari pela P4: ao ser ultrapassado por Leclerc por dentro na curva 1, Vettel claramente insatisfeito, tentou reassumir a posição pela direita, na reta que antecede a curva 4. Durante a manobra, Vettel tocou lateralmente em Charles e não só quebrou a suspensão dianteira direita do parceiro, mas furou seu pneu traseiro esquerdo e ambos abandonaram furiosos um com o outro. A Ferrari não sofria um abandono duplo desde 2017, após o GP de Singapura. Com o acidente, o Safety Car foi novamente ativado.
Ao faltar apenas uma volta para o término da corrida, Albon se encontrava na P2 logo atrás de Verstappen, com Hamilton em sua cola. Ao fazer a curva 2, Hamilton (que vinha por dentro) tocou na roda traseira direita de Albon e o fez sair do traçado. Assim, Lewis tirou não só o primeiro pódio do tailandês, mas a possibilidade de uma dobradinha da RBR, que é rara. A FIA abriu uma investigação para apurar o incidente e decidir se Hamilton seria punido ou não pelo toque.
No momento em que Hamilton diminuiu a velocidade após o contato com Alex (que danificou sua asa dianteira esquerda), Pierre Gasly aproveitou a oportunidade e assumiu a P2 do inglês. A partir daí, na última volta, Hamilton iniciou uma perseguição frenética atrás de Gasly e na reta final, Hamilton já estava na metade lateral esquerda do francês, mas não conseguiu ultrapassar e o piloto Toro Rosso cruzou a linha de chegada antes.
Max Verstappen vence o GP do Brasil em um dia de redenção, após perder a vitória ano passado por conta de um toque de Esteban Ocon. Com a vitória, o holandês assume a terceira posição no campeonato de pilotos, com um total de 260 pontos, 11 à frente de Charles Leclerc.

Ao chegar em segundo e conseguir segurar o hexacampeão Lewis Hamilton, Pierre Gasly conquista seu primeiro pódio da carreira e a melhor finalização da Toro Rosso na temporada, após o terceiro lugar de Daniil Kvyat no GP da Alemanha.

Lewis Hamilton foi punido após a prova em +5s no resultado final, o que fez Carlos Sainz subir para a P3 em seu lugar e cair para a P7. Com a promoção de Sainz (que largou em último) ao primeiro pódio de sua carreira, a Mclaren põe fim a um jejum sem ficar no top 3 desde 2014 e junto com Verstappen e Gasly, Sainz faz parte do pódio mais jovem da história da Fórmula 1: Max (22 anos), Pierre (23) e Carlos (25). A Red Bull Racing também ficou na história ao quebrar o recorde de pit-stop mais rápido, com o tempo de 1.82s, realizado na volta 21/71.
A volta mais rápida foi de Valtteri Bottas, com o tempo de 1.10.698. Veja abaixo o top 10 dos pilotos que terminaram na zona de pontuação:
POS | Nº | PILOTO | CARRO | VOLTAS | TEMPO | PTS |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | 33 | Max Verstappen | RED BULL RACING HONDA | 71 | 1:33:14.678 | 25 |
2 | 10 | Pierre Gasly | SCUDERIA TORO ROSSO HONDA | 71 | +6.077s | 18 |
3 | 55 | Carlos Sainz | MCLAREN RENAULT | 71 | +8.896s | 15 |
4 | 7 | Kimi Räikkönen | ALFA ROMEO RACING FERRARI | 71 | +9.452s | 12 |
5 | 99 | Antonio Giovinazzi | ALFA ROMEO RACING FERRARI | 71 | +10.201s | 10 |
6 | 3 | Daniel Ricciardo | RENAULT | 71 | +10.541s | 8 |
7 | 44 | Lewis Hamilton | MERCEDES | 71 | +11.139s | 6 |
8 | 4 | Lando Norris | MCLAREN RENAULT | 71 | +11.204s | 4 |
9 | 11 | Sergio Perez | RACING POINT BWT MERCEDES | 71 | +11.529s | 2 |
10 | 26 | Daniil Kvyat | SCUDERIA TORO ROSSO HONDA | 71 | +11.931s | 1 |
A próxima e última etapa da temporada será o GP em Abu Dhabi, dia 1 de Dezembro, às 10:10h (horário de Brasília).