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Uma Noite no Museu… Uma tragédia sem par.

Observo meu passado e vejo, quantas vezes caminhei por aquelas salas, alas, escadarias… Como vivi minha vida estudantil dentro do Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista, como foi importante para mim a decisão de ser Professor de História, observando os fósseis, múmias, peças greco-romanas, peças indígenas brasileiras, poder tocar no Bendegó, sorrateiramente, pois, chegar perto era proibido.

Ver as salas daquele Palácio e me imaginar no tempo de D. João VI, D. Pedro I e II, os bailes lá ocorridos, as demandas vistas e resolvidas na Sala do Trono, entre outras coisas, até mesmo tentar descobrir o tal Túnel que levava a casa da Marquesa de Santos, onde D. Pedro se “esgueirava” sorrateiramente até a casa de sua Concubina preferida.

E vejo as chamas consumir tudo isso, vejo a destruição de um acervo científico ÚNICO no mundo, onde vamos encontrar uma nova Luzia? e uma nova Kherima? Vamos encontrar um novo trono do Rei de Daomé?  E o nosso Maxakalisaurus topai, vamos encontrar outro para montar para nossas gerações futuras? Calculem o prejuízo científico que tais perdas geram para o estudo científico? Por quê? Por que não havia quinhentos a seiscentos mil reais anuais para manutenção da Mais Antiga Instituição Científica Brasileira?

Hoje, falo como cientista, como professor de História… O descaso com a cultura e a pesquisa no Brasil é algo descabido, algo repugnante, por ser ausente, por não ser incentivado. Observamos milhões serem gastos com coisas obscenas e totalmente dispares a questão cultural através da famigerada Lei Rouanet que, em dez aprovações de uso da Lei, renderam algo em torno de quase R$ 49 Milhões de Reais para artistas e mostras que, discutimos se trariam realmente algo de concreto à questão cultural para o país e o povo. Além desses, houve um caso conhecido e divulgado, envolvendo mais de R$ 25,5 milhões, onde a pessoa, cujo o nome havia sido envolvido para a liberação de tal suntuosa verba, nada sabia sobre o dinheiro as apresentações e o envolvimento com a referida Lei para liberação de tal verba, conseguindo a tempo barrar tal liberação.

Muitos vão dizer que a verba vem de iniciativa privada, o que é uma realidade, mas, esquecem de dizer que há uma contra partida envolvendo Imposto de Renda: tais pessoas tem seus impostos diminuídos ou isentados em parte e em contra partida o governo deixa de arrecadar, e se não arrecada, lógico, não recebe esse valor para retorno de ações à que um imposto serve.

Retornando a nosso ponto focal, quanto esses 49 milhões poderia ajudar museus, instituições científicas e outros tipos de organismos deste porte? Quanto da cultura e pesquisa científica poderia crescer e se desenvolver com tais aportes de verbas vindo da iniciativa privada, preservando assim a nossa História e Pesquisa Científica.

Podemos dizer que o incêndio no Palácio Imperial foi “criminoso” e o “crime” foi cometido pelo descaso com que tais assuntos são tratados em nosso país. Descaso este que não observamos em relação a “artistas” defensores do Governo que são facilmente beneficiados com incentivos através da famigerada lei que a meu ver deveria ser extinta da forma como existe ou reformulada com um forte filtro sobre o que ela pode agraciar com tais benefícios.

O descaso com a Instituição é visível. Dinheiro para sustentar políticos corruptos, empresas corruptoras e conchavantes destes mesmos políticos, governos esquerdistas estrangeiros, salários gigantescos de membros do Judiciário, sustentação da máquina propagandista com ONGs suspeitas, sem contar o “calaboca” dado a mídia, comprada e manipuladora existe, mas, para sustentar um prédio público com viés de Pesquisa Histórico-Científica não é importante, pois, destruir a cultura faz parte dessa agenda esquerdopata que temos imposta em nosso país. Agenda esta que visa apenas, agraciar a quem está no poder, retirar do povo sua cultura, impondo a este mesmo povo uma subcultura de músicas suspeitas, espetáculos do tipo Macaquinhos – esse patético espetáculo “simiesco anal” ou a Oficina de Siririca na Universidade Pública, onde só era permitida a entrada de mulheres ou HOMENS TRANS… Aí surge uma pergunta: Homem Trans se masturba usando a pratica da “Punheta” ou da “Siririca”? Pois, são duas coisas diferentes pelo que sei, e se me cabem uma brincadeira, a primeira é MANUAL e a segunda é DIGITAL, o que as tornam diferente. Mas, voltando ao nosso foco, para tais vandalismos culturais, existe dinheiro a rodo. Porém, o governo, esse sim o grande culpado dessa tragédia, visto que a não liberação de apoio financeiro para manutenção do referido instituto era uma fava contada que ocorreria.

A última vez que visitei o Palácio, sentia que algo poderia acontecer, visto que em muitos lugares por onde passei, e não foram em todas as salas, pois, muitas estavam fechadas, sentia-se o piso cedendo ao passar sobre ele, visto que a estrutura do mesmo era ainda da época de sua construção, ou seja, não existiam vigas de sustentação mais resistentes e sim, um piso todo formado de madeirames como sustentação como eram as construções do período.

Hoje, olhando para o passado, vejo a imponência dessa casa científica nos idos dos anos 70, quando esse jovem estudante, recorria ao museu ali instalado para pesquisar coisas de Ciências e de História para apresentar os tão famigerados trabalhos de pesquisa, visto que não tínhamos a cultura atual do Ctrl C – Ctrl V, onde tudo facilmente se apreende. Não terei mais, passeios bucólicos como se um nobre fosse, esperando o momento de ser recebido por sua Majestade numa audiência na sala do Trono, ou um Howard Carter a desvendar os mistérios do Egito Antigo, ou um Sertanista em busca de peças indígenas, ou um Entomólogo, ou um Botânico ou um simples aluno em busca de conhecimento ou um professor em busca de alargar os conhecimentos de seus alunos. Isso me foi tomado pela incompetência e maucaratismo político dos administradores do Palácio Imperial e a instituição que eles representam, lembrando que esse não foi o único incêndio danoso nas instalações desta universidade. Lembramos do incêndio no prédio histórico do campus da Praia Vermelha, conhecido como Palácio Universitário, afetando a capela histórica do local e os dois outros na Reitoria e nos alojamentos dos alunos. Tal descaso tem de cessar.

Tenho até medo do que pode ocorrer com outros institutos desse porte, como o Museu do Ipiranga, fechado a tempos para reformas que nunca terminam, e que põem em risco a História do nosso país. Apresentamos aqui alguns jornais internacionais que destacaram o fato em suas publicações, hoje:

Le Mond – (França)

https://www.lemonde.fr/ameriques/article/2018/09/03/le-musee-national-de-rio-de-janeiro-ravage-par-d-immenses-flammes_5349306_3222.html), o que demonstra a gravidade do fato.

The New York Times (EUA) –

https://www.nytimes.com/2018/09/02/world/americas/national-museum-brazil-fire.html? action=click&module=In%20Other%20News&pgtype=Homepage&action=click&module=Latest&pgtype=Homepage),

The Times (Inglaterra)

http://ejornais.com.br/jornal_the_times_uk.html

El Pais – (Espanha)

http://ejornais.com.br/jornal_espanha_el_pais.html

El Mundo – (Espanha)

http://ejornais.com.br/jornal_espanha_el_mundo.html

Clarín – (Argentina)

https://www.clarin.com/

Destacamos alguns jornais apenas, mas, o assunto pela gravidade e grandiosidade, está sendo comentado pelo mundo todo.

Fechamos esse nosso artigo com uma constatação: Existem Milhões para Fundo Partidário, Fundo de Campanha Política para ajudar aos mesmos que traçam o descaso com nossa educação, cultura, pesquisa, mas, que matam a mais antiga Instituição de Pesquisa Científica do Brasil e quem sabe da América, por não ter um Salário Anual de pouco mais de meio milhão de reais para sustentá-la e alguns poucos milhões para reformá-la e torná-la mais atraente e atrativa, busquemos então lutar para que investimentos particulares possam surgir e retirar das mãos dessa suposta Instituição de ensino que mais gera descaso que algo de cultural, que possa sustentar e manter nossa alma cultura, pois, como em muitos países DESENVOLVIDOS CULTURALMENTE, se assim tivesse ocorrido, talvez mantivéssemos assim intactas nossa peças únicas e insubstituíveis. A classe política Brasileira na sua esfera maior – o Governo, é o grande culpado dessa tragédia sem volta, com perdas irrecuperáveis para a Ciência Mundial como um todo. Precisamos mudar a consciência de que tudo que é Cultura e Pesquisa tem de estar sob cuidados de instituições públicas com Supostas Verbas Públicas, pois, vemos que isso em muitos casos é um real engodo.

Hoje estou de LUTO pelo Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista e ainda hoje começo uma nova briga e LUTO, pelo reerguimento desse monumento Histórico e seu entorno, visto que Luzia, Kherima, Maxakalisaurus topai não mais retornarão, fica de consolo nosso velho e grande Bendegó.

Rio de Janeiro, 03 de Setembro de 2018 (em plena Semana da Pátria)

Luiz Gustavo Chrispino

LuGus Chrispino

Olá, sou Luiz Gustavo Chrispino, Jornalista, Historiador, Psicopedagogo, Professor de História e Geografia, Cronista e Escritor.

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