A governadora do Arizona, Katie Hobbs, sancionou uma legislação histórica que revoga a proibição do aborto no estado, em uma série de eventos políticos marcados por votações estreitas e deserções inesperadas dentro do partido republicano.
A lei de 1864, uma regra da época da Guerra Civil, impôs uma proibição abrangente do aborto desde o momento da concepção, com poucas exceções, ameaçando os prestadores de serviços de aborto com penas de prisão. Após três tentativas dos democratas de revogar a lei, a medida foi aprovada pela Câmara dos Representantes e pelo Senado Estadual por margens estreitas, com desertores republicanos crucialmente contribuindo para o resultado.
A votação na Câmara dos Representantes, onde três republicanos se uniram aos democratas, foi seguida pela deserção de dois senadores republicanos no Senado Estadual, permitindo a aprovação final da legislação de revogação. A senadora Shawnna Bolick, apesar de sua posição antiaborto, justificou sua decisão com base em sua própria experiência pessoal, enquanto o senador TJ Shope expressou preocupações sobre a draconiana natureza da lei de 1864.
A revogação entrará em vigor 90 dias após o término da atual sessão legislativa, revertendo o estado para uma proibição de aborto de 15 semanas, sem exceções para casos de estupro ou incesto.
As reações entre os republicanos foram mistas, com críticas aos desertores e temores sobre uma potencial iniciativa eleitoral pró-aborto. Alguns republicanos consideraram as deserções uma traição aos valores pró-vida do partido, enquanto outros expressaram apoio à lei de 1864 como uma das medidas mais fortes pró-vida do país.
Espera-se que os republicanos continuem buscando medidas restritivas sobre o aborto, potencialmente introduzindo uma iniciativa eleitoral para limitar os abortos a 15 semanas ou a seis semanas, caso ambas as câmaras do Legislativo concordem, colocando a questão diretamente nas mãos dos eleitores em novembro.