Economia

Bolsa brasileira encerrou o pregão em queda de 0,82%, aos 107.830 pontos

Dólar sobe para R$ 5,20 após críticas de Lula ao Banco Central.

O Ibovespa voltou a fechar em baixa nesta terça-feira (7), pressionado pelas indicações de juros mais fortes nos Estados Unidos e com os investidores digerindo as tentativas de trégua entre o governo federal e o BC (Banco Central).

O principal indicador da Bolsa brasileira encerrou o pregão em queda de 0,82%, aos 107.830 pontos e R$ 17,31 bilhões em volume negociado, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap.

Com este desempenho, o Ibovespa acumula queda de 4,93% em fevereiro, enquanto o acumulado de 2023 está negativo em 1,73%

O pregão intensificou a queda após Jerome Powell, presidente do Fed (o banco central americano), apontar que a recente alta dos juros é insuficiente para levar a inflação a meta de 2%.

Na semana passada, o banco central americano aumentou os juros americanos em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 4,50% e 4,75%. A elevação ficou em linha com o esperado pelo mercado e menos intensa que a anunciada na decisão de dezembro, quando a taxa subiu 0,50 p.p.

A próxima decisão do Fed será anunciada em março. O mercado de juros futuros dos EUA prevê chance de 93,7% de as taxas aumentarem em 0,25 p.p., segundo dados do CME Group.

No cenário doméstico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, dando seguimento à sequência de ataques proferidos nos últimos dias.

Estendendo o movimento de queda da véspera, BRF (BRFS3) esteve entre as principais baixas, com perda de 6,83%. Antes, Locawerb (LWSA3) recuou 6,90%, e Marfrig (MRFG3), 5,15%.

Os papéis da Petrobras, que evitaram perdas maiores na véspera, caíram nesta sessão. As opções preferenciais cederam 0,62%, enquanto as ordinárias caíram 0,52%.

A queda refletiu a redução do preço do diesel no primeiro ato do novo presidente da estatal, Jean Prates. O novo preço passará de R$ 4,50 para R$ 4,10 por litro, ou uma queda de R$ 0,40. A iniciativa é válida a partir de amanhã (8).

O movimento vai na direção oposta ao petróleo, que voltou a subir. O barril tipo Brent valorizou 3,55%, negociado a US$ 83,87 segundo dados da ICE.

O time de baixa ainda teve participação da Gol (GOLL4), que liderou o pregão durante boa parte da manhã. Essa reversão se deve a alta do dólar, que subiu 1,25%, a R$ 5,23, refletindo incerteza econômica e a queda de braço entre o governo e o BC.

Na outra ponta, Embraer liderou as altas, com valorização de 3,10%, enquanto a Minerva teve alta de 1,48% e Gerdau subiu 1,43%.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (7) vendido a R$ 5,20, com alta de R$ 0,026 (+0,5%). A cotação iniciou o dia em baixa, chegando a cair para R$ 5,13 por volta das 10h. Inverteu o movimento ainda durante a manhã, recuou para R$ 5,15 por volta das 15h e subiu novamente no fim das negociações. A moeda norte-americana está no maior nível desde 23 de janeiro, quando também tinha fechado a R$ 5,20. Apesar da alta de hoje, a divisa acumula queda de 1,52% em 2023.

No mercado global as principais Bolsas conseguiram se manter no campo positivo nesta sessão, revertendo partes das perdas registradas na véspera, apesar de perder intensidade após as falas de Powell.

Em Wall Street, o Dow Jones subiu 0,78%, o S&P 500 teve alta de 1,29% e a Nasdaq valorizou 1,90%. No outro lado do Atlântico, o Euro Stoxx 50 ganhou 0,09%.

Joabson João

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.

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