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Banco Central: Déficit primário do setor público cresce em maio, impulsionado pelos juros nominais

Setor público consolidado registra déficit de R$50,2 bilhões e dívida pública continua em alta.

No mês de maio de 2023, o setor público consolidado do Brasil registrou um déficit primário de R$50,2 bilhões, representando um aumento em relação ao déficit de R$33,0 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. Os déficits foram distribuídos da seguinte forma: R$43,2 bilhões no Governo Central, R$6,8 bilhões nos governos regionais e R$168 milhões nas empresas estatais.

Ao considerar os últimos doze meses encerrados em maio, o setor público consolidado apresentou um superávit de R$39,0 bilhões, equivalente a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, esse valor é 0,17 ponto percentual inferior ao superávit acumulado até abril.

Um dos principais fatores que contribuíram para o aumento do déficit foram os juros nominais do setor público consolidado. Em maio de 2023, os juros apropriados por competência totalizaram R$69,1 bilhões, em comparação com R$33,0 bilhões registrados no mesmo mês de 2022. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo resultado das operações de swap cambial, que gerou um ganho de R$26,7 bilhões em maio de 2022, mas resultou em uma perda de R$3,0 bilhões em maio de 2023.

Considerando o acumulado dos últimos doze meses, os juros nominais atingiram R$695,6 bilhões (6,77% do PIB) em maio de 2023, enquanto no período de doze meses até maio de 2022 esse valor foi de R$500,5 bilhões (5,41% do PIB).

Combinando o resultado primário e os juros nominais apropriados, o resultado nominal do setor público consolidado foi deficitário em R$119,2 bilhões em maio. No acumulado dos últimos doze meses, o déficit nominal alcançou R$656,5 bilhões (6,39% do PIB), um aumento de 0,49 ponto percentual em relação ao déficit acumulado até abril.

Dívida Líquida do Setor Público e Dívida Bruta do Governo Geral

Em relação à dívida pública, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) alcançou 57,8% do PIB em maio, totalizando R$5,9 trilhões. Esse valor representa um aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao mês anterior. O crescimento da DLSP foi influenciado pelos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 ponto percentual), pelo déficit primário (aumento de 0,5 ponto percentual), pela desvalorização cambial de 1,9% no mês (redução de 0,2 ponto percentual) e pelo efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,3 ponto percentual). No acumulado do ano, o aumento de 0,7 ponto percentual na relação DLSP/PIB se deu principalmente pelos juros nominais apropriados (aumento de 2,9 pontos percentuais), pela valorização cambial acumulada de 2,3% (aumento de 0,3 ponto percentual), pelo crescimento do PIB nominal (redução de 2,0 pontos percentuais), pelo superávit primário (redução de 0,3 ponto percentual) e pelo ajuste de paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (redução de 0,3 ponto percentual).

Por sua vez, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que engloba o Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais, atingiu 73,6% do PIB em maio, totalizando R$7,6 trilhões. Essa cifra representa um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao mês anterior. A elevação na relação DBGG/PIB foi impulsionada pelos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 ponto percentual), pelas emissões líquidas de dívida (aumento de 0,3 ponto percentual) e pelo efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,4 ponto percentual). No acumulado do ano, o crescimento de 0,8 ponto percentual na relação DBGG/PIB foi resultado principalmente dos juros nominais apropriados (aumento de 3,4 pontos percentuais) e do efeito da variação do PIB nominal (redução de 2,5 pontos percentuais).

Elasticidades da DLSP e da DBGG

A tabela a seguir atualiza as elasticidades da DLSP e da DBGG a variações na taxa de câmbio, na taxa de juros e nos índices de preços para o mês de maio de 2023

Joabson João

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.

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