Tecnologia

Reator Nuclear Magnox

Continuando a série “50 máquinas que mudaram o rumo da história”, vamos falar sobre o Reator Nuclear Magnox.

O Magnox é um tipo de reator nuclear projetado para operar com urânio natural, utilizando grafite como moderador e dióxido de carbono como refrigerante. Este reator pertence à classe mais ampla de reatores resfriados a gás. O nome Magnox deriva da liga de magnésio-alumínio (Magnesium non-oxidising) usada para revestir as varetas de combustível dentro do reator. Como muitos outros reatores nucleares de primeira geração, o Magnox foi concebido para produzir tanto energia elétrica quanto plutônio-239 para fins militares.

História e desenvolvimento

O primeiro reator Magnox, Calder Hall, foi comissionado em 1956 no Reino Unido. Este marco histórico representou o início da utilização comercial da energia nuclear, sendo Calder Hall a primeira usina nuclear do mundo a fornecer eletricidade para uma rede pública em larga escala. Entre 1956 e 1971, foram construídos um total de 26 reatores Magnox no Reino Unido.

Os reatores Magnox ofereciam várias vantagens. A simplicidade de seu design e a capacidade de usar urânio natural eram benéficas, pois reduziam os custos associados ao combustível e ao enriquecimento. No entanto, esses reatores também apresentavam desvantagens significativas, como a produção de grandes quantidades de resíduos radioativos e uma eficiência energética relativamente baixa em comparação com tecnologias nucleares mais avançadas.

O impacto e o legado da energia nuclear

A década após a Segunda Guerra Mundial foi marcada por grandes avanços e contrastes. Em meio à corrida armamentista e ao desenvolvimento de arsenais nucleares, as potências mundiais também exploravam aplicações civis da energia nuclear. Em 1953, o presidente Eisenhower declarou a intenção dos Estados Unidos de promover usos pacíficos da energia atômica em seu discurso “Átomos pela Paz” na Assembleia Geral das Nações Unidas.

A era atômica nasceu com a devastação de Hiroshima e Nagasaki, trazendo consigo o presságio de um desfecho terrível para uma possível terceira guerra mundial. A detonação da primeira bomba atômica soviética em 1949, juntamente com a fragilidade da aliança entre os EUA e a URSS, pavimentou o caminho para 40 anos de Guerra Fria. Durante este período, as maiores potências do mundo desenvolveram não apenas armas nucleares, mas também aplicações civis da energia atômica.

Quando Calder Hall começou a gerar eletricidade, havia grandes esperanças para o futuro da energia nuclear. No entanto, ao longo das décadas, uma série de acidentes nucleares, culminando com a tragédia de Fukushima em 2011, levantou sérias questões sobre a segurança desse tipo de energia. O aumento dos preços do petróleo e as dificuldades enfrentadas pelas tecnologias de energia renovável têm levado vários governos a reconsiderarem suas políticas nucleares, refletindo a complexidade e os desafios inerentes ao uso da energia atômica.

Embora os reatores Magnox não estejam mais em operação, seu legado continua sendo importante para a história e o desenvolvimento da indústria nuclear. Eles desempenharam um papel crucial na pesquisa e na aplicação da energia nuclear, tanto em contextos civis quanto militares. A trajetória do Magnox destaca tanto as promessas quanto os desafios da energia nuclear, uma tecnologia que continua a evoluir e a influenciar a política energética global.

Referências Bibliográficas

CHALINA, Eric. 50 Máquinas que mudaram o Rumo da História.2014. Rio de Janeiro. GMT Editores Ltda. 2014.

DÉCOUVREZ LA GREENTECH. First-generation Magnox nuclear reactors: history, characteristics and legacy. Acesso em: 24 maio 2024.

Joabson João

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.
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