
Povoamento esparso, muitos combates entre colonizadores e indígenas, afastado de (quase) tudo. Assim era o Piauí no início do século XVIII. Até 1718, o território que hoje corresponde ao estado pertenceu à Bahia e, a partir de então, passou a ser subordinado ao Maranhão. O processo de colonização da região é resultado da busca de fazendeiros por terras e mão-de-obra para escravizar. Eles partiam da Bahia, Pernambuco e Maranhão decididos a aumentar os seus negócios – e o lucro. Assim, pequenos povoados foram construídos em torno das atividades de criação e transporte de gado.
A instalação das fazendas veio acompanhada de uma série de tentativas de expulsão e escravização dos indígenas piauienses. A usurpação de seus territórios não agradou nem um pouco os anaperús, timbiras, guegues, acroás entre outros grupos, que não deixaram barata a invasão das suas terras. Ao longo de todo o século XVIII, houve mortes, batalhas e tentativas malsucedidas de acordos com os nativos. Alguns acabaram entrando em consenso com os colonizadores, mas outros, como foi o caso dos timbiras, mantiveram-se, dentro do possível, como resistência. Não aceitaram as propostas dos fazendeiros e migraram, vez ou outra, para regiões distantes da sua circulação. Fato é que a situação no Piauí era de insegurança: diante da ausência de autoridades portuguesas, foi criada uma elite de potentados rurais que impôs Seu poder e acabou por ditar o cotidiano de acordo com seus interesses.
Fonte: http://projetorepublica.org