Setor agropecuário lidera crescimento, enquanto importações registram queda significativa, revelam dados do mês divulgados pelo governo.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (1), foram divulgados os dados das exportações e importações brasileiras referentes ao mês de maio. De acordo com os números apresentados, as exportações atingiram o valor recorde de US$ 33,07 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 21,69 bilhões.
O crescimento nas vendas para outros países foi de 11,6%, ao passo que as compras do exterior sofreram uma retração de 12,1%. Esses resultados resultaram em um superávit mensal histórico na balança comercial, alcançando a marca de US$ 11,38 bilhões, o que representa um aumento significativo de 129,5% em relação a maio do ano passado.
No acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, as exportações totalizaram US$ 136,39 bilhões, registrando um crescimento de 3,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já as importações atingiram a marca de US$ 101,11 bilhões, apresentando uma queda de 4,6%. O superávit nesse período foi de US$ 35,28 bilhões, representando um crescimento expressivo de 39,1% em relação ao ano passado.
No que diz respeito aos setores, o destaque nas exportações em maio foi a agropecuária, que apresentou um crescimento de 15,7% e somou US$ 9,2 bilhões. Os principais produtos que impulsionaram esse resultado foram a soja, com aumento de 23%, animais vivos (exceto pescados ou crustáceos) com um impressionante crescimento de 245,4%, e arroz com casca, paddy ou em bruto com um salto extraordinário de 287.085,5%. Na indústria extrativa, as exportações totalizaram US$ 7,0 bilhões, com um aumento de 12,8%, enquanto na indústria de transformação, as vendas alcançaram US$ 16,6 bilhões, apresentando um crescimento de 8,5%.
No acumulado de janeiro a maio de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior, os resultados por setores também foram positivos. A agropecuária registrou um crescimento de 7,5%, totalizando US$ 35 bilhões. A indústria extrativa teve um aumento de 1,1%, atingindo a marca de US$ 29,5 bilhões, e a indústria de transformação apresentou um crescimento de 2,9%, com vendas que alcançaram US$ 71 bilhões.
Esses resultados favoráveis nas exportações foram impulsionados pelo aumento das vendas de diversos produtos, como a soja (+9,6%), milho não moído (exceto milho doce) (+110,4%), e arroz com casca, paddy ou em bruto (+280,8%), na agropecuária. Na indústria extrativa, destacam-se o crescimento nas exportações de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos (+3,5%), outros minerais em bruto (+57,4%), e minérios de cobre e seus concentrados (+12,6%). Já na indústria de transformação, os principais produtos que impulsionaram as exportações foram açúcares e melaços (+34,9%), farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais (+18,2%), e carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas (+14,3%).
Em contrapartida, as importações apresentaram queda em maio de 2023. Na agropecuária, houve uma redução de 36,4%, totalizando US$ 0,3 bilhão. Na indústria extrativa, as importações caíram 19,1%, chegando a US$ 1,5 bilhão. Já na indústria de transformação, as importações registraram uma queda de 11%, totalizando US$ 19,7 bilhões.
O desempenho negativo das importações foi influenciado pela redução nas compras de diversos produtos, como trigo e centeio, não moídos (-48,3%), soja (-99,6%), milho não moído (exceto milho doce) (-97,5%) na agropecuária. Na indústria extrativa, destacam-se a diminuição nas importações de carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (-32,5%), minérios de cobre e seus concentrados (-100,0%), e gás natural, liquefeito ou não (-20,4%). Na indústria de transformação, as principais reduções ocorreram nas compras de adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) (-57,7%), óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (-45,2%), e compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais, e sulfonamidas (-24,2%).
No que diz respeito aos principais parceiros comerciais do Brasil, destaca-se o crescimento das exportações para a Argentina, que aumentaram 32,0% em maio de 2023, totalizando US$ 1,92 bilhão. As importações desse país tiveram uma diminuição de 4,8%, totalizando US$ 1,16 bilhão. Como resultado, a balança comercial com a Argentina apresentou um superávit de US$ 0,76 bilhão e a corrente de comércio aumentou 14,9%, atingindo US$ 3,08 bilhões.
A China, Hong Kong e Macau também se destacaram como importantes parceiros comerciais. As exportações para esses países cresceram 26,4% em maio, totalizando US$ 10,78 bilhões. As importações, por sua vez, tiveram uma leve queda de 1%, atingindo US$ 4,62 bilhões. Com isso, a balança comercial com esses parceiros comerciais apresentou um superávit de US$ 6,16 bilhões e a corrente de comércio aumentou 71,1%, alcançando US$ 15,4 bilhões.
No entanto, com os Estados Unidos, as exportações tiveram um crescimento de 5,8% em maio, totalizando US$ 3,27 bilhões. Por outro lado, as importações desse país registraram uma queda significativa de 24,1%, chegando a US$ 3,69 bilhões. Como resultado, a balança comercial com os Estados Unidos resultou em um déficit de US$ 0,42 bilhão e a corrente de comércio registrou uma queda de 22,7%, atingindo US$ 6,96 bilhões.
Já com a União Europeia, as vendas para esse bloco caíram 22,1% em maio, totalizando US$ 3,98 bilhões. Por outro lado, as importações aumentaram 4,3%, atingindo US$ 4,06 bilhões. Como resultado, a balança comercial com a União Europeia registrou um déficit de US$ 0,08 bilhão e a corrente de comércio caiu 10,7%, alcançando US$ 8,04 bilhões.
Os resultados positivos nas exportações brasileiras, especialmente no setor agropecuário, e a queda nas importações contribuíram para o superávit recorde na balança comercial em maio. Esses números refletem a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e a capacidade do país em impulsionar seu comércio exterior.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços