Giovani Ferreira, Gustavo Spadotti e José Luís Coelho, no primeiro painel de debate do evento.
Em clima de comemoração pelo tempo chuvoso, aconteceu nesta quinta-feira, 22 de setembro, a 11ª Abertura do Plantio da Soja. Pela primeira vez, o evento aconteceu no estado de São Paulo, no município de Santa Cruz do Rio Pardo. Realizado pelo Canal Rural e pela Aprosoja, a abertura tem coordenação técnica da Embrapa e contou com a participação de três chefes-gerais, Alexandre Nepomuceno (Soja – Londrina, PR), Gustavo Spadotti (Territorial – Campinas, SP) e Sebastião Pedro (Cerrados – Planaltina, DF), além de outros gestores e empregados.
Spadotti participou de um debate sobre a sustentabilidade da cultura com o consultor José Luís Coelho, mediado pelo diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira. Para o chefe-geral do centro de pesquisa de Campinas, o Brasil é o único País com condições para aumentar a produção agropecuária em três frentes: aumento da área cultivada, incremento de produtividade e intensificação do uso das terras com o uso de sistemas integrados, principalmente. “Nós temos ainda capacidade de abrir novas fronteiras e converter áreas já antropizadas para processos produtivos, por meio de inteligência territorial estratégica, por meio do zoneamento de risco climático, do zoneamento ecológico-econômico, ou seja, com a ciência apoiando a expansão de novas áreas com potencial agropecuário”, explicou. “Mas o grande salto do Brasil, de forma inequívoca, será o aumento de produtividade da área, por meio de sistemas de produção cada vez mais eficientes. Estamos vislumbrando um futuro cada vez mais promissor para sistemas integrados, como é o caso da integração lavoura-pecuária-floresta”, acrescentou.
Tanto Spadotti quanto Coelho comentaram os números sobre atribuição, uso e ocupação das terras no Brasil analisados pela Embrapa Territorial. As análises feitas no centro de pesquisa apontam que 33,2% do território brasileiro está destinado à preservação da vegetação nativa dentro dos imóveis rurais e estabelecimentos agropecuários. Quando são somadas as unidades de conservação integral e terras indígenas, conclui-se que 66,3% do País é dedicado à proteção ou preservação da vegetação nativa.
A compensação do produtores rurais pelo investimento em sustentabilidade, com pagamento por serviços ambientais ou ecossistêmicos, por exemplo, foi tema de discussão tanto nesse primeiro painel quanto no segundo, do qual participaram o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, e o pesquisador José Salvador Foloni, da Embrapa Soja.
Spadotti elencou as dificuldades para conseguir prover remuneração direta aos produtores, mas pontuou ser preciso atuar para que o caráter sustentável direcione os compradores de alimentos no mercado internacional a preferirem o produto brasileiro. Sebastião Pedro fez uma análise semelhante, ao responder uma questão de uma participante do evento: “Trabalhando sustentabilidade, nós ganhamos dentro da fazenda e ganhamos em imagem. O Brasil é um exportador de alimentos e precisa ter uma comunicação positiva. Nós estamos no mercado e o nosso produto tem que ter apelo”.
Nepomuceno, da Embrapa Soja, acrescentou que o primeiro desafio dos produtores da oleaginosa é mostrar ao mundo o quanto sua produção é sustentável. Ele destacou que entre 60% e 70% das lavouras do grão estão no sistema de plantio direto, o que permite a fixação de 3 a 6 toneladas de CO2 equivalente por hectare no solo.
Ainda participou da abertura do plantio o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, Adeney Bueno, que comentou o projeto para certificação de soja de baixo carbono, com diversos parceiros.
Para assistir o evento na íntegra, clique aqui.
Fonte: Embrapa
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