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Tese estuda relação entre a ciência e os povos indígenas

A vencedora do Prêmio CAPES de Tese 2020 em Interdisciplinaridade, Cristiane Tavares Feijó, aceitou o desafio de cruzar conhecimentos da sociologia, antropologia e geografia, a partir do método etnográfico, para estudar as relações entre indígenas Guarani Mbyá e pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A ideia era verificar como se estabelecem as mediações realizadas entre os indígenas e os pesquisadores ao longo da dinâmica de conservação das sementes extraídas do território brasileiro e armazenadas em repositórios criados para armazenar amostras vivas da biodiversidade brasileira, as chamadas “Arcas de Noé”.  

Estudo sobre as relações entre indígenas Guarani Mbyá e pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa (Foto: Arquivo pessoal) .

“Minha proposta foi desenvolver um trabalho de etnografia das atividades de pesquisa e dos projetos científicos que tratam da conservação do germoplasma na Embrapa, e como são as relações com as práticas dos povos indígenas no Brasil, especificamente os Guarani Mbyá”, explica Cristiane Feijó, doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em sua visão, a tese servirá para que a comunidade científica nacional e internacional possa conhecer estes espaços híbridos – entre a ciência oficial e a ciência indígena – e entender como se estabelecem o processo de “abertura, de diálogo e de trocas” entre as duas culturas.       

Cristiane Feijó focou seu trabalho etnográfico na Embrapa Clima Temperado, localizada em Capão do Leão, no RS, e na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, situada no DF, assim como nas práticas indígenas do povo Guarani, fixado no sul do RS. O título da tese da pesquisadora “A Arca de Noé: diálogos sobre conservação entre ciência e povos indígenas” é uma alusão à famosa passagem bíblica, com a diferença, neste caso, que a embarcação moderna contém atualmente a diversidade vegetal. 

A expressão atual foi criada para designar o experimento científico conhecido como Global Seed Vault (Banco Global de Sementes), que reúne germoplasmas vegetais oriundos de todos os continentes da terra. Esta “Arca de Noé” foi construída no interior de uma montanha coberta por gelo, no arquipélago de Svalbard, na Noruega, com o propósito de salvaguardar a vida terrestre, caso ocorra alguma catástrofe no planeta. 

“Acredito que minha tese é uma forma inacabada de conhecer estes espaços científicos e as relações de mediação de diálogo e interação estabelecidas entre o universo científico e a biodiversidade genética que existe no Brasil. Temos muito ainda a aprender com esta relação”, assinala a pesquisadora, que pensa em complementar a pesquisa em seu pós-doutorado. “Estou muito feliz e grata a todas as instituições públicas que me auxiliaram neste trabalho. Agradeço à Embrapa e à UFRGS, por toda ajuda e disponibilidade, e também à CAPES pela bolsa de doutorado e pós-doutorado, o que permitirá a continuidade de toda a caminhada de conhecimento que venho absorvendo e construindo”. 

Cristiane Tavares Feijó, Vencedora do Prêmio CAPES 2020 de Interdisciplinaridade (Foto: Arquivo pessoal).

Prêmio CAPES de Tese 2020 

Criado em 2005, o Prêmio CAPES de Tese é fruto da parceria entre a CAPES, a Fundação Carlos Chagas, a Comissão Fulbright, o Instituto Serrapilheira e, mais recentemente, com a Dimensions Sciences (DS), uma Organização Não-Governamental norte-americana que irá condecorar doutoras no Prêmio CAPES de Tese. Esta é a primeira vez que a Coordenação apoia premiação voltada especificamente para o público feminino.  

Os critérios de premiação consideram a originalidade do trabalho, sua relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação. Dentre os agraciados sairão os vencedores do Grande Prêmio, oferecido ao destaque de cada uma das três grandes áreas do conhecimento: Ciências da Vida, Humanidades e Exatas. A cerimônia de premiação acontecerá em dezembro.  

Sobre a Dimensions Sciences  

Com o lema ‘Inspirando Futuros Cientistas’, a Dimensions Sciences (DS) é uma organização sem fins lucrativos fundada por Márcia Vasconcellos Fournier, cientista brasileira e ex-bolsista da CAPES, com sede em Washington (EUA), cujo objetivo é preparar cientistas e estudantes oferecendo bolsas de estudo para acesso a programas de ensino superior, pesquisa científica, inovação e intercâmbio internacional de pesquisadores. 

(Brasília – Redação CCS/CAPES) 
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Fonte: gov.br/capes

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Joice Ferreira

Colunista associada para o Brasil em Duna Press Jornal Magazine. Protetora independente e voluntária na causa animal.

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