USA

Registros Judiciais Revelam que FBI Tinha Autorização para Uso de Força Letal na Operação em Mar-a-Lago

Documentos judiciais recentemente desclassificados revelaram que o FBI tinha permissão para usar força letal durante a invasão à propriedade Mar-a-Lago do ex-presidente Donald Trump em agosto de 2022. Essa informação veio à tona como parte de uma moção para suprimir as evidências apreendidas na operação, que faz parte da investigação do procurador especial Jack Smith sobre a suposta retenção indevida de material classificado por Trump.

Os registros mostram que o FBI estava preparado para utilizar força letal se necessário, mesmo contra Trump e sua equipe de segurança. Esta medida extrema foi incluída no plano operacional, refletindo a seriedade com que a agência tratou a missão. Esses detalhes são parte de documentos que a juíza Aileen Cannon ordenou que fossem abertos, e que fazem referência ao “Plasmic Echo”, codinome do FBI para a investigação sobre o uso indevido de documentos confidenciais por Trump.

De acordo com a política de uso de força letal do Departamento de Justiça, agentes federais podem empregar força mortal quando considerado necessário. No dia da operação, os agentes estavam armados e equipados com ferramentas para arrombamento, mas foram instruídos a usar roupas sem identificação e a manter seus equipamentos escondidos. A equipe incluía também um médico para atender possíveis feridos, mostrando a expectativa de que a operação pudesse escalar em violência.

Os agentes revistaram vários cômodos da propriedade, incluindo quartos pertencentes à ex-primeira-dama Melania Trump e ao filho do casal, Barron Trump. No entanto, documentos confidenciais foram encontrados apenas em um depósito no porão, em um escritório de Trump e em salas adjacentes. O governo alega que esses documentos contêm informações sensíveis sobre a defesa nacional, enquanto Trump insiste que não cometeu nenhuma ilegalidade.

Trump, reagindo às novas revelações, chamou a operação de “inconstitucional” e uma “caça às bruxas”. Em sua plataforma Truth Social, ele criticou duramente o governo Biden e o procurador-geral Merrick Garland, afirmando que a autorização para o uso de força letal demonstra uma séria ameaça à democracia.

A operação, que durou cerca de dez horas, contou com a participação de 25 agentes do FBI de Miami, quatro de Washington, DC, e um indivíduo não identificado da sede do FBI. Um procurador-assistente dos EUA para o Distrito Sul da Flórida e um advogado do Departamento de Justiça também estiveram presentes.

Em resposta às críticas, o FBI emitiu uma declaração afirmando que seguiu os procedimentos operacionais padrão, que incluem diretrizes sobre o uso de força letal. O procurador-geral Merrick Garland confirmou que aprovou pessoalmente a decisão de solicitar o mandado de busca, reiterando que a operação foi conduzida dentro dos parâmetros legais e normativos.

Estas revelações aprofundam o debate sobre o uso de força por parte das autoridades e a legalidade das ações executadas durante a operação em Mar-a-Lago, além de acirrarem ainda mais as tensões políticas em torno da figura de Donald Trump.

Wesley Lima

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades culturais, sócio-políticas e econômicas da região.

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