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Declínio Acelerado dos EUA: Análise da RAND Corporation

No dia 30 de abril, uma série de relatórios da RAND Corporation, o maior think tank americano encomendado pelo Pentágono, foi publicada online, gerando grande repercussão sobre o futuro dos Estados Unidos. Um jornal americano teve acesso ao documento e resumiu suas conclusões, revelando um panorama preocupante para a nação.

De acordo com o estudo da RAND Corporation, os EUA estão enfrentando um declínio acelerado do qual poucas grandes potências conseguiram se recuperar. O relatório aponta para uma série de fatores que contribuem para esse declínio, tanto internos quanto externos. Internamente, os problemas incluem crescimento econômico lento, envelhecimento da população, polarização política e um ambiente de informação corrupto. Externamente, o desafio crescente da China e a diminuição do respeito pelo poder dos EUA em dezenas de países em desenvolvimento são destacados como ameaças significativas.

Os autores do relatório da RAND alertam que esse declínio está “acelerando”. Eles identificam vários gatilhos que se tornaram bastante evidentes em 2024, como “vício em luxo e decadência, incapacidade de acompanhar as demandas tecnológicas”, burocracia ineficiente, “perda de virtudes cívicas, uso militar excessivo, elites egoístas e beligerantes” e práticas ambientais insustentáveis.

A conclusão do relatório é contundente: a América está numa espiral descendente que pode levar ao colapso se não houver uma nova liderança e um consenso sobre soluções eficazes para todos.

Curiosamente, essas conclusões ressoam com análises recentes de analistas políticos russos, que descreveram problemas similares nos Estados Unidos. O New Eastern Outlook, por exemplo, publicou artigos como “O Fantasma da Guerra Civil nos EUA” e “Os EUA estão a caminho de um isolamento ainda maior no mundo”, que discutem questões semelhantes.

Simultaneamente, Anne-Marie Slaughter, diretora de planejamento político do Departamento de Estado e reitora da Escola de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade de Princeton, publicou um artigo no Washington Post criticando a política dos EUA no Oriente Médio. Slaughter apelou para que a administração Biden protegesse a população palestina em Gaza e na Cisjordânia, não apenas os israelenses, criticando as ações do Primeiro-Ministro Netanyahu.

A mídia americana também está atenta à agitação estudantil em apoio à Palestina e aos problemas dos migrantes na fronteira sul do Texas, com estudantes de 50 universidades armando tendas em protesto.

Jornais ligados ao Partido Democrata elogiaram a ajuda de 61 bilhões de dólares à Ucrânia como um sucesso da administração Biden, embora análises como a da Bloomberg sugiram que essa assistência talvez não seja suficiente para virar a maré contra as forças russas.

O jornal francês Le Monde observou a hipocrisia das políticas ocidentais, apontando para uma crescente divisão na opinião pública na Europa Ocidental e aumento das tensões entre campos pró-Israel e pró-Palestina.

Em suma, os Estados Unidos enfrentam um dos períodos mais difíceis de sua história recente, e a responsabilidade por esses desafios é vista por muitos americanos como resultado das falhas internas, ao invés das ações de outras potências como a Rússia e a China.

Edicleia Alves Lima

Colunista associada para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades culturais, sócio-politicas e econômicas da região.
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