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Ray Dalio Alerta para Risco de Segunda Guerra Civil nos EUA e Aconselha Diversificação de Investimentos

Com a atual situação política e econômica nos Estados Unidos, o bilionário investidor Ray Dalio aconselha os investidores a considerarem a transferência de parte de seus recursos para mercados estrangeiros. Dalio, que fundou a Bridgewater Associates, o maior fundo de hedge do mundo, e deixou o controle da empresa em setembro de 2022, acredita que a possibilidade de uma segunda Guerra Civil Americana é maior que uma em três. Ele destaca que os crescentes níveis de dívida do governo dos EUA podem impactar negativamente os títulos do Tesouro.

“Agora estamos no limite”, afirmou Dalio. “Ainda não sabemos se entraremos em tempos muito mais turbulentos”.

Dalio considera a eleição presidencial deste ano, entre o atual presidente Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump, a mais importante de sua vida, funcionando como um teste decisivo para a democracia americana. Ele questiona se o sistema político será capaz de funcionar bem e aceitar as regras estabelecidas, especialmente em um cenário de crescente polarização política, mudanças climáticas e a ascensão da inteligência artificial.

Apesar de evitar apoiar um candidato, Dalio observa que a guerra civil, que antes parecia inconcebível, agora é uma possibilidade real. Ele prevê que tal conflito seria caracterizado pela intensificação da polarização política, com pessoas se mudando para estados mais alinhados com suas preferências políticas e desconsiderando as decisões de autoridades federais opostas. Em entrevista ao Financial Times, Dalio estimou a probabilidade de conflitos em torno de 35 a 40 por cento.

O investidor também expressou preocupações sobre o potencial envolvimento dos EUA em novos conflitos internacionais, o que poderia desencorajar investidores estrangeiros de comprarem títulos do Tesouro. “Estou preocupado com os títulos do Tesouro por causa dos altos níveis de dívida, aos quais as altas taxas de juros estão se somando”, disse ele. “Também estou preocupado com a diminuição da demanda para satisfazer a oferta, especialmente por parte de compradores internacionais preocupados com o quadro da dívida dos EUA e possíveis sanções.”

Este alerta surge em meio a discussões sobre a crescente dívida dos EUA. O Gabinete Orçamentário do Congresso prevê que a dívida em relação ao PIB ultrapassará o máximo de 106% alcançado durante a Segunda Guerra Mundial até o final da década.

Embora ainda considere as melhores regiões dos EUA como excelentes para o capitalismo e a inovação, Dalio enfatiza a necessidade de diversificação geográfica devido aos riscos crescentes. Ele sugere países como Índia, Singapura, Indonésia, Malásia, Vietnã e alguns Estados do Golfo como destinos atraentes para investimentos, além de recomendar o ouro como um bom diversificador.

A preocupação com uma segunda guerra civil também é refletida nas opiniões dos eleitores americanos. De acordo com uma pesquisa do Rasmussen Reports, 41% dos eleitores acreditam que os EUA provavelmente enfrentarão uma segunda guerra civil nos próximos cinco anos, com 16% considerando essa possibilidade “muito provável”. A pesquisa, que entrevistou 1.105 eleitores, mostrou que 49% não acham que uma nova guerra civil é provável, enquanto 10% estão incertos.

O novo filme “Guerra Civil”, que estreou como número 1 nas bilheterias, também levantou preocupações sobre o tema. Situado em um futuro distópico na América, o filme mostra jornalistas militares correndo contra o tempo para chegar a Washington D.C. antes que facções rebeldes tomem a Casa Branca. A obra, dirigida por Alex Garland e estrelada por Kirsten Dunst e Wagner Moura, entre outros, gerou discussões sobre a possibilidade de um conflito real nos EUA.

A pesquisa revela que 37% dos eleitores acreditam que uma guerra civil é mais provável se Biden vencer as eleições, enquanto 25% veem essa possibilidade maior se Trump vencer. Outros 30% acham que o resultado da eleição não influenciará significativamente a probabilidade de uma guerra civil. A pesquisa tem uma margem de erro de +/- 3 pontos percentuais com um nível de confiança de 95%.

Wesley Lima

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades culturais, sócio-políticas e econômicas da região.
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