Geopolítica

Aceleração da Guerra Espacial: Pentágono Reage ao Avanço de Rússia e China

O rápido progresso da Rússia e da China no espaço está levando o Pentágono a acelerar suas capacidades de guerra espacial, considerando essas nações uma ameaça potencial para suas tropas e satélites militares em órbita. Segundo o The New York Times, membros do Departamento de Defesa dos EUA confirmaram que novos planos ultra-secretos representam uma mudança significativa nas operações militares, reconhecendo o espaço como um novo teatro de guerra.

“Devemos proteger nossas capacidades espaciais e, ao mesmo tempo, ser capazes de negar a um adversário o uso de suas capacidades espaciais,” afirmou o general Chance Saltzman, chefe de operações espaciais da Força Espacial dos EUA. A estratégia atual expande significativamente as capacidades ofensivas dos EUA, superando iniciativas anteriores, como a “Guerra nas Estrelas” da década de 1980.

Dependência e Vulnerabilidade dos Satélites

Os EUA dependem de satélites militares para comunicação, navegação, rastreamento e combate a ameaças terrestres, ferramentas que têm proporcionado vantagens significativas ao Pentágono. Agora, o objetivo é adquirir uma nova geração de naves que protejam a rede de satélites contra ataques e que possam até incapacitar ou bloquear naves espaciais inimigas. “Alcançar a superioridade espacial através da supressão efetiva das capacidades espaciais do inimigo” é a tática descrita na nova doutrina de guerra do Pentágono.

Investimentos e Capacidades Ofensivas

Embora detalhes específicos do plano não tenham sido divulgados, o Pentágono planeja estabelecer “capacidades significativas em órbita que lhe permitam competir em todos os domínios” até 2026. Estimativas sugerem que centenas de milhões de dólares podem ser gastos anualmente em sistemas destinados a perturbar os recursos espaciais inimigos.

Preocupações com Rússia e China

A iniciativa é impulsionada pelas preocupações com o progresso da Rússia e da China no espaço. Relatórios sugerem que esses países já testaram ou implantaram sistemas como lasers terrestres de alta energia e satélites manobráveis. A CIA e o Pentágono alertam sobre a possibilidade de a Rússia desenvolver uma arma nuclear espacial, apesar das negações de Moscou. As capacidades de guerra eletrônica russas, demonstradas na Ucrânia, aumentam essas preocupações.

Rivalidade com a China

A crescente presença militar da China no espaço é outra preocupação. O secretário da Força Aérea dos EUA, Frank Kendall, afirmou que os EUA devem “superar” as capacidades espaciais da China para “ter sucesso” no Pacífico Ocidental. A China, por sua vez, acusa os EUA de militarizar o espaço e usar a narrativa de ameaça para justificar seu aumento de presença militar.

Negociações e Propostas de Desarmamento

Apesar das tensões, há um movimento internacional para evitar a militarização do espaço. O representante russo na ONU, Vasily Nebenzia, afirmou que Moscou estaria disposta a desistir de todas as armas espaciais se outros estados fizessem o mesmo. No entanto, propostas de resolução sobre o não estacionamento de armas nucleares no espaço têm enfrentado vetos e emendas controversas.

A corrida espacial entre EUA, Rússia e China está intensificando a militarização do espaço, com cada nação buscando proteger e expandir suas capacidades espaciais. A resposta do Pentágono visa garantir a superioridade espacial dos EUA, mas também levanta preocupações sobre uma nova era de guerra espacial e suas implicações globais.

Edicleia Alves Lima

Colunista associada para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades culturais, sócio-politicas e econômicas da região.

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