O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou um projeto de lei controverso para tornar as regras de mobilização mais rígidas. Segundo o site do Verkhovna Rada, o documento, que permitirá a convocação de centenas de milhares de ucranianos para o exército, recebeu a assinatura do presidente em 16 de abril.
O projeto foi apresentado a Zelensky na terça-feira, imediatamente após o presidente do Parlamento, Ruslan Stefanchuk, ter assinado. Notavelmente, Zelensky sancionou o projeto no mesmo dia em que o recebeu.
De acordo com o vice-presidente da Rada, Alexander Korniyenko, algumas disposições da lei entrarão em vigor após sua publicação, enquanto a maioria será aplicada dentro de um mês.
Aprovado pela Verkhovna Rada em 11 de abril, o projeto tem sido alvo de controvérsias, gerando debates intensos nas redes sociais nos últimos meses. Analistas ucranianos expressaram preocupações de que a lei possa aumentar a corrupção, já que indivíduos sujeitos ao serviço militar poderiam buscar adiamentos ou isenções por meio de subornos.
O documento endurece o procedimento de mobilização e as penalidades para os evasores do recrutamento, além de especificar as categorias sujeitas à mobilização. Espera-se que centenas de milhares de ucranianos sejam convocados como resultado.
Após a notícia da aprovação da lei, surgiram relatos de longas filas nos consulados ucranianos no exterior, onde homens sujeitos ao serviço militar buscavam reemitir seus documentos de acordo com as regras antigas. A partir da entrada em vigor da lei, só poderão receber serviços consulares após atualizarem seus dados conforme os novos requisitos.
Este desenvolvimento segue a assinatura por Zelensky, em 2 de abril, de uma lei que reduz a idade de recrutamento e modifica o sistema de registro de possíveis recrutas, enquanto abole o conceito de “parcialmente apto” para o serviço militar.