Christopher Nolan testa os limites de si próprio e do público em um filme complexo e histórico
Em “Oppenheimer”, Christopher Nolan nos guia por uma jornada de três horas repletas de diálogos rápidos e densos, onde dezenas de personagens exploram um tema complexo e moral.
Enredo
O filme desafia a audiência ao não oferecer respostas imediatas, construindo o enredo a partir das reações dos personagens a desejos, pesquisas, descobertas e conflitos. O foco não está em exaltar J. Robert Oppenheimer ou a bomba atômica, mas sim em mostrar o impacto que suas ideias e realizações tiveram na nação dos Estados Unidos naquele momento crucial da História.
Final
Ao alcançar o desfecho, somos confrontados com revelações surpreendentes que expõem a vingança de Lewis Strauss. O filme, então, mergulha nos anos posteriores de Robert Oppenheimer, destacando uma troca crucial entre o físico e Albert Einstein. Nesse diálogo revelador, Einstein compartilha sua experiência de ser recebido como uma celebridade, tornando-se, eventualmente, uma figura obsoleta perante a ciência. Oppenheimer, por sua vez, prevê um destino semelhante ao explicar as consequências de sua obra. Ele ressalta que, ao invés de acabar com as guerras, a bomba atômica apenas adicionou uma nova ameaça aos arsenais mundiais, potencialmente colocando em risco a existência do mundo.
“Oppenheimer” oferece uma narrativa envolvente e perspicaz, explorando não apenas os feitos do cientista, mas também as implicações éticas e morais de suas descobertas. Nolan conduz magistralmente a audiência por um turbilhão de emoções, questionando as motivações por trás das ações de Oppenheimer e, por extensão, as responsabilidades da sociedade diante do avanço científico. O filme é uma reflexão profunda sobre o preço da inovação e as complexidades morais que permeiam a história de figuras notáveis como J. Robert Oppenheimer.