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Explosão de represa na Ucrânia gera temor de enchentes na região ocupada pela Rússia

Ação das forças russas causa danos à represa de Kakhovka e coloca milhões de pessoas em risco de inundação.

Uma explosão ocorrida nesta terça-feira(6) resultou no dano de uma represa no rio Dnieper, no sul da Ucrânia, liberando águas de inundação na parte da região ocupada pela Rússia. O incidente tem levantado preocupações sobre enchentes generalizadas na região, lar de milhões de pessoas em ambos os lados do rio.

As Forças Armadas da Ucrânia afirmaram que a represa soviética de Kakhovka, localizada a 30 km a leste da cidade de Kherson, foi destruída pelas forças russas. No entanto, a administração apoiada pelos russos na região alegou que as forças ucranianas foram as responsáveis pelo ataque.

O comando sul das Forças Armadas da Ucrânia acusou os russos de terem explodido a represa, que faz parte da usina hidrelétrica de Kakhovka. “A usina hidrelétrica de Kakhovka foi explodida pelas forças de ocupação russas. A escala da destruição, a velocidade e o volume da água, as áreas prováveis de inundação estão sendo atualmente avaliadas”, afirmou o exército ucraniano.

Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano, afirmou que os russos cometeram “ecocídio” ao destruir a represa. “A destruição da represa é o maior desastre ambiental causado pelo homem das últimas décadas, que afetará negativamente a vida de centenas de milhares de pessoas nos anos que virão”, disse Yermak. Ele também destacou que a busca desesperada por evitar a derrota e a desgraça tem levado os “criminosos do Kremlin” a cometerem tais atos, ressaltando que a Rússia representa uma ameaça global nos dias atuais.

Oleksandr Prokudin, chefe militar regional ucraniano, informou que a evacuação dos moradores em risco de inundação já foi iniciada. Ele alertou que as águas de inundação atingiriam um nível crítico antes da noite de terça-feira, dirigindo-se aos residentes da margem esquerda do rio, que está ocupada pelos russos, e pedindo que eles façam todo o possível para salvar suas vidas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, convocou uma reunião urgente de segurança para lidar com a situação perigosa em desenvolvimento.

Vladimir Leontyev, chefe administrativo da região controlada pela Rússia, declarou que a extensão dos danos na usina de energia é “muito grave” e que sua restauração será comparável à construção do zero. Ele classificou os ataques à usina como um “ato grave de terrorismo”, descrevendo os danos ocorridos nas partes superiores da usina hidrelétrica, onde estão localizados os painéis e válvulas, que foram completamente destruídos. Leontyev ressaltou que a restauração não será fácil e pode exigir um esforço semelhante ao realizado na construção da usina de Kakhovka entre 1950 e 1956.

De acordo com Leontyev, o nível da água subiu 2,5 metros a jusante, mas ainda não há necessidade de evacuar a população. No entanto, as autoridades locais estão preparadas para resgatar as pessoas, se necessário. Pelo menos 300 residências podem ser afetadas pela destruição parcial da usina hidrelétrica, segundo o prefeito.

De acordo com a agência de notícias Sputnik, as forças ucranianas têm como alvo a represa ao longo do último ano, como parte dos ataques contra a infraestrutura civil russa. Os danos na usina hidrelétrica podem causar problemas no abastecimento de água na região da Crimeia, que está ocupada pela Rússia.

Leontyev afirmou que a única ameaça imediata é a escassez de água para a Crimeia. No entanto, a Ucrânia afirmou que as águas de inundação afetarão os sistemas de irrigação na área, prejudicando a produção de alimentos. Yermak destacou que isso representa um “golpe para a segurança alimentar global”.

Com informações da EFE

Joabson João

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.

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