Dólar sobe e termina esta sexta-feira vendido a R$5,14.
Pressionado por ruídos políticos domésticos e o temor global de aumento dos juros americanos, o Ibovespa caiu pelo terceiro dia seguido e como consequência acumula desvalorização de 2023.
O que evitou uma queda ainda maior foi a recuperação do setor de commodities, pois o mesmo tem forte influência na Bolsa.
O Ibovespa encerrou a sessão com queda de 1,47%, aos 108.523 pontos e R$ 19,26 bilhões em volume de negócio, segundo dados da plataforma TradeMap.
O desempenho faz o principal indicador do mercado brasileiro encerrar a semana com recuo de 3,37% e devolver os ganhos do ano, com valorização de 1,10%.
Em reação às novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a autonomia do Banco Central e a possível intervenção do governo federal na política monetária, os juros tiveram dispararam nesta sexta-feira (03).
As maiores altas desta sexta ficaram com ações de empresas ligadas a commodities, que recuaram com intensidade na véspera. Na ponta positiva, Suzano avançou 2,87%, enquanto Klabin apontou 2,27% para cima e Raízen ganhou 1,64%.
O grupo de alta foi predominado pelas empresas expostas ao minério de ferro em um movimento de recuperação após fortes quedas na sessão da véspera.
A valorização ocorreu mesmo com a nova queda da commodity no porto de Dalian, com recuo de 0,35%, a US$ 126,55 a tonelada.
Destaque para os papéis da Gerdau e o seu braço metalúrgico, com altas de 1,24% e 0,81%. Já a CSN subiu 0,74%.
A exceção foi a Vale, empresa com maior peso na Bolsa, que fechou com leve perda de 0,21%.
Os papéis da Petrobras também voltaram ao campo positivo, ignorando a nova queda do petróleo no mercado global. O barril tipo Brent, usado como referência na maior parte do mundo, fechou com retração de 2,59%, a US$ 80,04, segundo dados da ICE.
Os papéis preferenciais da estatal tiveram alta de 1,10%, enquanto as ordinárias subiram 1,20%.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (3) vendido a R$ 5,148, com alta de R$ 0,102 (+2,03%). A cotação chegou a operar próxima da estabilidade durante a manhã, mas passou a disparar por volta das 10h30. Após passar boa parte da tarde em torno de R$ 5,12, a moeda acelerou nas duas horas finais de negociação e fechou na máxima do dia.
A moeda norte-americana teve a maior alta diária desde 10 de novembro, quando tinha subido 4% em um único dia. O dólar está no maior valor desde 23 de janeiro, quando tinha fechado em R$ 5,19. Apesar da alta de hoje, a divisa acumula queda de 2,5% em 2023.
A divulgação de que a economia norte-americana criou 517 mil empregos fora do setor agrícola em janeiro foi mal recebida pelos investidores internacionais. Isso porque o bom desempenho do mercado de trabalho aumenta a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) elevar os juros básicos em 0,5 ponto percentual na próxima reunião após ter subido a taxa em 0,25 ponto na última quarta-feira (1º).
Uma eventual aceleração no aperto monetário nos Estados Unidos pressiona para cima o dólar em todo o planeta. Países emergentes, como o Brasil, são bastante afetados.