Davi Clementino Carneiro, dentista e mestre em Ciências Odontológicas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), criou um método de detecção de cárie dentária por fotoluminescência. A técnica usa processamento digital de imagem com inteligência artificial. Realizado com o apoio de bolsa do Programa Demanda Social (DS) da CAPES, o protótipo já se iguala a instrumentos comercializados no mercado mundial.
Fale sobre o seu projeto de pesquisa e seus objetivos.
Apesar de Odontologia ser uma área majoritariamente clínica, direciono meus projetos para a elaboração e digitalização de ferramentas que possam colaborar ou inovar no cotidiano clínico e educacional relacionado à saúde, pela tecnologia da informação e suas subdivisões. Esse estudo específico começou pela observação dos instrumentos já existentes que auxiliam no diagnóstico de cárie, mas que ainda apresentam barreiras e dificuldades que impedem sua implantação para o cirurgião-dentista, sejam elas econômicas, geográficas ou de orientações de uso. A principal atividade relacionada ao profissional de odontologia diz respeito ao tratamento e prevenção da cárie dentária, então, é indispensável que avanços e aprimoramentos sejam feitos para o melhor diagnóstico à essa doença.
Como foi a execução do trabalho?
O grupo Labial, do qual faço parte, é coordenado por Fábio Sampaio e proporciona pesquisas e inovações em diversas áreas do conhecimento. Como faço parte do núcleo de tecnologia, sob supervisão e orientação de Raimundo Menezes, direcionamos nossos esforços para a análise de métodos alternativos que poderiam colaborar com o processo de detecção de cárie. O uso do aprendizado de máquinas se mostrou positivo em resultados para detecção de lesões desmineralizadas encontradas nas superfícies dos elementos dentários, o que nos direcionou para este projeto. A capacidade atual do protótipo já se iguala a instrumentos validados e comercializados globalmente para detecção de cárie, utilizando frações dos componentes necessários por estes.
Quais são os próximos passos para esse estudo?
O dispositivo passa por atualizações internas e aprimoramentos em seus módulos, para que possa não apenas realizar detecção de desmineralizações dentárias, mas quaisquer tipos de lesões intraorais.
Como o seu trabalho pode contribuir para a melhoria da vida das pessoas?
Infelizmente é comum que tecido dentário sadio seja retirado em decorrência de diagnósticos incorretos ou não documentados corretamente. Nosso foco é possibilitar melhores visualizações de estruturas e regiões passíveis de promover morbidade – ou já ativas – e responsáveis por sua presença.
Qual a importância do apoio da CAPES para o desenvolvimento do seu projeto?
A partir da parceria com a CAPES, foi possível ter acesso ao material necessário e desenvolver todo o cérebro da ferramenta. Mais que isso, tornamos o dispositivo portátil e direcionado para professores e cirurgiões-dentistas, para que possam ter tomadas de decisão diagnósticas mais adequadas.
Fonte: https://www.gov.br/capes
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