Economia

Impactos econômicos da crise da COVID-19 e a renda básica emergencial

A pandemia do novo coronavírus desencadeou muitas mudanças no nosso dia-a-dia na tentativa de conter sua difusão. O fechamento do comércio e o isolamento social, por exemplo, foram algumas das medidas adotadas para reduzir a aglomeração de pessoas e desacelerar o contágio. Entretanto, quanto mais longa for a suspensão do comércio, mais severas serão as consequências sobre trabalhadores que dependem dessas atividades para sobreviver.

Para abrandar os impactos dessas medidas, foi colocada em prática uma política de renda básica emergencial (sigla RBE). Resumidamente, significa que o governo usa de recursos públicos dos contribuintes para pagar certo valor a pessoas que se tornem mais economicamente vulneráveis durante a crise provocada pelo isolamento social da população. Pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo realizaram um estudo para enriquecer essa discussão, usando dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Informação em Geografia e Estatística) para estimar quais seriam os custos e os benefícios de duas diferentes políticas de renda emergencial.

Os cientistas iniciaram o estudo calculando quais seriam os impactos na economia com três meses de isolamento social. Segundo suas análises, haveriam possíveis perdas de R$ 78,1 bilhões do PIB (produto interno bruto) por mês, além de 17 milhões de empregos formais.

Em seguida, estimaram quais seriam os custos e os benefícios de duas políticas distintas de RBE. A primeira foi uma hipótese criada pelos próprios pesquisadores, que correspondia ao pagamento mensal de um salário mínimo (R$ 1.045) para cada um dos trabalhadores economicamente vulneráveis. A segunda foi a própria política adotada pelo governo federal, que determina um auxílio mensal de R$ 600,00.

Na hipótese dos pesquisadores, a RBE de um salário mínimo seria repassada a todos os trabalhadores informais, trabalhadores por conta própria e desempregados. De acordo com suas previsões, essa estratégia garantiria a manutenção de R$ 76,5 bilhões em termos do PIB por mês, além de 16,7 milhões de empregos. O custo para bancar esta política seria de R$ 49,6 bilhões por mês, o que, entretanto, amenizaria boa parte desses efeitos da crise.

Quanto à política de RBE adotada pelo governo, a ideia é destinar 600 reais por mês a trabalhadores informais, autônomos, sem renda fixa e desempregados. Mães solteiras, por sua vez, têm direito a receber o dobro (R$ 1.200,00). Os critérios para ter direito a essa política são um pouco mais rígidos do que os da proposta dos pesquisadores. Por exemplo, para que pessoas possam receber o benefício, devem ter renda mensal inferior a meio salário mínimo (R$ 522,50). Dessa forma, a medida é menos cara do que a proposta dos pesquisadores, custando R$ 21,1 bilhões por mês. O plano também irá cobrir uma parcela menor da população, focando especialmente nos 40% mais pobres. Os estudiosos estimaram que tal política garantiria 7,1 milhões empregos, além de R$ 32,6 bilhões em termos do PIB por mês.

Como a atual RBE vai abrandar menos os efeitos da crise, os pesquisadores recomendam que essas políticas sejam complementadas por outros programas. Mesmo assim, os autores do estudo deixam claro que avaliaram apenas um dos aspectos econômicos da RBE, e que mais estudos a respeito da implantação e viabilidade de cada proposta ainda são necessários.

Fonte canalciencia.ibict.br

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Joice Ferreira

Colunista associada para o Brasil em Duna Press Jornal Magazine. Protetora independente e voluntária na causa animal.

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