Ucrânia

Legisladores Alemães Propoem Uso de Sistemas Anti-Navio da NATO para Criar Zona de Exclusão Aérea na Ucrânia

Legisladores alemães estão pressionando para que a NATO utilize sistemas anti-navio para derrubar mísseis e drones russos que têm como alvo a infraestrutura energética e instalações militares ucranianas. A proposta sugere que esses sistemas sejam operados a partir do território das vizinhas Polônia e Romênia, criando assim uma zona de exclusão aérea sobre o oeste da Ucrânia em meio ao crescente conflito com a Rússia.

A ideia foi apresentada pelo pesquisador sênior da Conferência de Segurança de Munique, Nico Lange, que também foi chefe de gabinete do Ministério da Defesa alemão de 2019 a 2022. Lange argumenta que isso criaria uma zona segura de 70 quilômetros de largura na fronteira entre a União Europeia e a Ucrânia, permitindo que Kiev redistribua seus sistemas de defesa aérea, atualmente escassos, da parte ocidental do país para a linha de frente.

Lange destacou em abril a necessidade de utilizar os sistemas “Patriota” das fronteiras orientais para abater mísseis e drones russos sobre a Ucrânia, assegurando que tal medida seria coberta pelo direito internacional. Ele defendeu uma “solução não convencional” e uma “mudança de estratégia” no apoio ocidental à Ucrânia, com um aumento na produção de sistemas de defesa aérea na Europa a longo prazo.

O apoio à ideia é bipartidário. O Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) informou que legisladores tanto da coligação no poder quanto da oposição apoiam a proposta. Anton Hofreiter, membro do parlamento do Partido Verde, parte da coalizão alemã, afirmou que a defesa do espaço aéreo ucraniano a partir da Polônia e Romênia não deve ser descartada a longo prazo, embora reconheça que a atual prioridade é fornecer mais armas e munições à Ucrânia. Marcus Faber, do Partido Democrático Livre (FDP), também na coligação, concordou, ressaltando a necessidade de munições suficientes para que os sistemas de defesa aérea sejam eficazes.

Roderich Kiesewetter, legislador da oposição União Democrata Cristã (CDU), acrescentou que proteger o espaço aéreo ucraniano poderia aliviar a pressão sobre a defesa aérea do país e permitir uma melhor proteção da linha de frente. Ele comparou a situação com o apoio que EUA, Reino Unido e França deram a Israel contra bombardeios iranianos, demonstrando que é possível ajudar aliados sem se tornar uma parte direta no conflito.

Entretanto, a administração russa, liderada por Vladimir Putin, já alertou que está preparada para realizar exercícios táticos com armas nucleares, um aviso ao Ocidente para evitar a escalada do conflito. A Polônia, por sua vez, manifestou disposição para hospedar armas nucleares dos EUA, enquanto o presidente francês Emmanuel Macron sugeriu que poderia enviar soldados franceses e outros da NATO para fortalecer a capacidade militar ucraniana.

Em um cenário de contínuos ataques e defesas, o Ministério da Defesa da Rússia relatou ter abatido 47 drones e mísseis em uma série de ataques aéreos ucranianos na região de Belgorod e outras áreas fronteiriças. Estes eventos sublinham a intensidade e complexidade do conflito, enfatizando a necessidade urgente de novas abordagens e estratégias para a defesa aérea e a segurança regional.

Wesley Lima

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades culturais, sócio-políticas e econômicas da região.

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