Uma investigação conduzida pela comissão de ética do governo britânico revelou que o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, infringiu regulamentos ao participar de uma reunião em fevereiro com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro. O encontro, intermediado por um fundo de investimento com o qual Johnson mantinha relações não esclarecidas, levantou questões sobre sua conduta ética.
Um porta-voz de Johnson confirmou a reunião ao ‘The Times’, descrevendo-a como uma discussão que contou com o apoio pessoal do atual ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron. Durante o encontro, Johnson enfatizou a necessidade de a Venezuela adotar um processo democrático, respeitando a integridade territorial de seus vizinhos.
No entanto, as conclusões do Comitê Consultivo sobre Nomeações Empresariais (ACOBA) revelaram que Johnson não esclareceu adequadamente sua relação com o fundo intermediário da reunião, Merlyn Advisors. Embora Johnson tenha consultado a comissão sobre a possibilidade de ingressar no fundo como consultor independente em 2023, ele acabou retirando a questão após garantir que não trabalharia para a empresa. A presença do cofundador do fundo, Maarten Petermann, na reunião com Maduro também foi questionada pela comissão, sem uma resposta satisfatória por parte de Johnson.
Essas descobertas destacam a complexidade ética das interações políticas e empresariais de figuras públicas proeminentes, como Boris Johnson, e levantam preocupações sobre a transparência e a conformidade com os regulamentos governamentais.