O regime chavista, através da Procuradoria-Geral da Venezuela, anunciou na quarta-feira a imposição de penas severas a alegados conspiradores que participaram numa tentativa de derrubar Nicolás Maduro. Os 29 condenados foram acusados de envolvimento na chamada “Operação Gedeón”, um suposto movimento liderado por militares reformados que tentou depor Maduro em 2020 através de uma incursão armada vinda de fora do país.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, especificou que “destes 29 réus, 20 foram condenados a 30 anos de prisão e 9 a 21 anos”. As penas de 30 anos representam a máxima punição prevista pelo sistema jurídico venezuelano.
A “Operação Gedeón” foi descrita por Saab como uma ação planejada no estrangeiro, com origem nos Estados Unidos e preparação na Colômbia, destinada a invadir a Venezuela e provocar um conflito armado. “Estamos a falar de uma operação que nasceu no estrangeiro, concretamente nos Estados Unidos, (e) que teve a sua preparação na Colômbia, para atacar, para invadir, para invadir a Venezuela e banhar de sangue o nosso país”, declarou o procurador chavista.
Entre os condenados está Josnars Baduel, filho do general Raúl Baduel, um antigo aliado de Hugo Chávez que posteriormente se opôs politicamente ao regime chavista e acabou preso, onde faleceu em 2021. A condenação de Josnars Baduel a 30 anos de prisão simboliza a continuidade das tensões entre o regime e antigos apoiadores que se tornaram dissidentes.
As sentenças refletem a posição firme do governo de Maduro contra ações consideradas como ameaças à sua estabilidade e soberania, demonstrando a severidade com que o regime trata tentativas de golpe ou insurreição.
