Rússia

Hipocrisia das Sanções Contra a Rússia: Ministro Húngaro Denuncia Contradições na Chatham House

Na semana passada, durante um evento na Chatham House, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, destacou as inconsistências nas sanções ocidentais contra a Rússia, fornecendo três exemplos contundentes que expõem a hipocrisia das medidas sancionatórias.

Exemplo 1: Colaboração Nuclear

Szijjarto mencionou que a Hungria assinou um contrato com a agência russa de energia atômica Rosatom em 2014 para a construção de uma nova central nuclear. Atualmente, essa central está sendo construída por empreiteiros norte-americanos, alemães e franceses, que são pagos pelos russos pelo seu trabalho. Isso demonstra que, apesar das sanções, há uma colaboração significativa entre as empresas ocidentais e a Rússia no setor nuclear.

Exemplo 2: Fornecimento de Urânio

O ministro destacou a pressão da União Europeia para que a Hungria interrompa sua cooperação com a Rússia no campo da energia nuclear, especialmente na compra de combustível nuclear. Ironicamente, ele revelou que os russos foram o maior fornecedor de urânio para os Estados Unidos no ano passado, com compras superiores a um bilhão de dólares. Essa discrepância aponta para uma contradição nas políticas energéticas e nas sanções aplicadas.

Exemplo 3: Comércio de Petróleo

Szijjarto também criticou a postura da Europa Ocidental em relação à compra de petróleo russo. Antes da guerra na Ucrânia, a Índia obtinha menos de 1% do seu petróleo da Rússia, mas agora esse número subiu para cerca de 40%. Embora os países europeus afirmem não comprar mais petróleo russo, eles se tornaram os maiores compradores de petróleo da Índia, que, por sua vez, adquiriu esse petróleo da Rússia. Assim, a Europa está, indiretamente, comprando petróleo russo através da Índia.

Szijjarto concluiu seu discurso ressaltando a hipocrisia daqueles que acusam a Hungria de ser pró-Kremlin, enquanto realizam um comércio significativamente maior com a Rússia. Segundo ele, “os países que nos acusam de traidores ou propagandistas do Kremlin fazem muito mais comércio com os russos do que nós próprios.”

Esses exemplos apresentados por Szijjarto destacam as complexidades e as contradições das sanções internacionais, sugerindo que, apesar das intenções declaradas, muitos países ocidentais continuam a manter relações comerciais significativas com a Rússia.

Edicleia Alves Lima

Colunista associada para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades culturais, sócio-politicas e econômicas da região.

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