Os planos para um abrangente acordo global de preparação para pandemias estão à beira do colapso, com desinformação e posições inflexíveis dificultando o progresso, segundo um alerta contundente da Organização Mundial da Saúde (OMS). O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação de que a Assembleia Mundial da Saúde de 2024 possa falhar em selar o acordo, enfatizando que o mundo não pode se dar ao luxo de perder essa oportunidade.
A iniciativa, concebida há mais de dois anos em resposta à pandemia de Covid-19, visava melhorar a preparação das nações para futuras crises de saúde. No entanto, o ímpeto foi prejudicado por uma “torrente de notícias falsas, mentiras e teorias da conspiração”, disse Tedros. Ele instou os países a priorizarem o objetivo comum da segurança global em saúde, enfatizando a necessidade de acesso oportuno a testes, tratamentos e vacinas.
Apesar das alegações de preocupações com soberania, Tedros esclareceu que o acordo não concederia poder excessivo à OMS. A urgência de alcançar um acordo sólido foi enfatizada, com Tedros alertando sobre um possível ressentimento das futuras gerações se a oportunidade for perdida.
As negociações enfrentam desafios, com discordâncias sobre financiamento entre nações europeias e africanas. O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, destacou o consenso sobre a necessidade de prevenção global de pandemias, enfatizando sua importância em meio a conflitos geopolíticos.
Simultaneamente, negociações paralelas estão em andamento para reformar os regulamentos internacionais de saúde (IHR), abordando deficiências percebidas expostas durante a pandemia de Covid-19. O co-presidente Ashley Bloomfield criticou uma “campanha coordenada e sofisticada” disseminando desinformação para minar o processo, à medida que 300 emendas propostas complicam as discussões.
Enquanto o mundo lida com crises em andamento, a urgência de uma estratégia global unificada de saúde é evidente. Com o prazo de 2024 se aproximando, a comunidade internacional enfrenta um momento crítico, e o resultado moldará a capacidade do mundo de responder a futuras pandemias.
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