Especialistas propõem que OMS seja apenas um agente de consulta em caso de Pandemia

Se necessário, país poderá passar por referendo

Em meio às discussões sobre mudanças no Regulamento Internacional de Saúde (IHR) e a criação de um acordo global para pandemias, surgem preocupações sobre a soberania nacional e participação democrática. Críticos temem que a OMS ganhe poder demais, enquanto defensores garantem que as leis nacionais protegerão nossa autonomia. A transparência e o envolvimento da população tornam-se cruciais.

O Secretário de Estado da Noruega, Ole Henrik Krat Bjørkholt, deixou claro que qualquer forma de renúncia à soberania está completamente fora de questão. Ele ressaltou que é uma atitude compartilhada por todos os países com os quais nos comparamos. Como a Alemanha e a Grã-Bretanha.

PDF: Proposta de negociação do texto do Acordo sobre Pandemia da OMS

Negociações sobre Poder na Pandemia Geram Preocupações: Enfoque em Participação Democrática e Soberania

As atuais negociações sobre mudanças no Regulamento Internacional de Saúde (IHR) e o desenvolvimento de um acordo específico para pandemias têm suscitado preocupações e debates. Críticos temem que autoridades nacionais possam perder o controle em favor da Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto alguns afirmam que isso pode ameaçar princípios democráticos, outros garantem que a soberania nacional não está em risco. Este artigo explora diferentes perspectivas sobre essas negociações em andamento e discute questões relacionadas à participação democrática e soberania.

Aumento do Poder da OMS nas Propostas do IHR:

Nas alterações propostas no IHR, facilita-se o aumento da autoridade da OMS, incluindo decisões sobre isolamento, quarentena, aprovação de vacinas e a exigência de um passaporte global de vacinação. Isso tem gerado preocupação entre alguns críticos, incluindo Susanne Heart, uma representante independente do conselho no condado de Rogaland. Ela argumenta que, se esses acordos transferirem poder democrático das autoridades nacionais para a OMS, o povo deveria ser consultado por meio de um referendo.

Falta de Transparência e Preocupações Democráticas:

Heart destaca a importância da transparência em torno do acordo para pandemias e acredita que a falta de informação é um problema democrático. Ela argumenta que o povo deve ser envolvido por meio do compartilhamento de informações sobre vantagens, desvantagens e possíveis consequências. Heart teme que a Noruega possa abrir mão de sua soberania sem informação adequada e participação da população.

Visão do Diretor de Saúde e Necessidade de Revisão:

Bjørn Guldvog, diretor do Diretorado de Saúde, comenta que as críticas à OMS após a pandemia tornaram a revisão necessária. Ele destaca que o que está atualmente disponível são propostas de todos os países, e há transparência na OMS, que é a base para o atual debate. Guldvog argumenta a favor da necessidade de compartilhamento de informações e transparência.

Renúncia de Soberania e Garantias Jurídicas:

O secretário de Estado Ole Henrik Krat Bjørkholt rejeita qualquer forma de renúncia de soberania e faz referência ao fato de que essa posição é compartilhada por países como Alemanha e Reino Unido. A professora de direito Anne Kjersti Befring apoia essa visão e acredita que a constituição norueguesa impedirá a OMS de anular a soberania nacional. Ela destaca que todos os países membros devem concordar com a revisão do IHR, e a renúncia de soberania é pouco provável.

Conclusão:
As atuais negociações sobre o poder durante a pandemia levantam questões importantes sobre a participação democrática e a soberania nacional. Enquanto alguns temem a transferência de poder para a OMS, outros garantem que as leis e constituições nacionais impedirão isso. Transparência, compartilhamento de informações e envolvimento da população tornam-se elementos-chave para abordar as preocupações e garantir que as decisões tomadas reflitam os valores democráticos.


NRK

Negociações sobre Pacto Pandêmico estão causando preocupações

Os críticos temem que as autoridades nacionais possam ser rejeitadas pela OMS. O professor de direito diz que eles não têm com o que se preocupar.

Na Suíça, os países membros da OMS estão a negociar alterações ao Regulamento Sanitário Internacional (RSI).

Paralelamente, trabalharemos com um dos nossosacordo pandémico. A UE é um forte impulsionador da aprovação do acordo.

Na proposta do RSI, a OMS poderá determinar:

– Se estes acordos levarem à transferência do poder democrático para fora do país e para a OMS, para que passem de órgão consultivo a órgão legislativo, devemos realizar um referendo, diz Susanne Heart à NRK.

Heart é um representante independente do conselho distrital em Rogaland (anteriormente ODM) e acredita, em particular, que a falta de abertura em torno do acordo sobre a pandemia é um problema democrático.

Durante o Debate, o Diretor da Direção de Saúde, Bjørn Guldvog, disse que as críticas à OMS após a pandemia levaram à necessidade de uma auditoria.

– O que é importante é que o que está aí agora, que todos podem ver, são propostas que vêm de todos os países onde o diretor-geral pediu que fossem publicadas. Então, na verdade, é a abertura da OMS que está na base deste debate algo estranho.

Acho que todas as informações devem ser compartilhadas

Em 1969 eleita a Organização Mundial de Saúde estabeleceu o Regulamento Sanitário Internacional (RSI). É um conjunto de regras para notificação e proteção contra ameaças internacionais à saúde, especialmente epidemias.

O RSI foi revisto pela última vez após o surto de Sars em 2005. Novas alterações estão agora a ser negociadas, com base na experiência da pandemia.

Heart teme que a Noruega, através dos acordos, desista do seu direito à autogovernação numa futura pandemia.

– Quando as negociações são realizadas em nome da população norueguesa sem que esta seja informada sobre pontos importantes que possam ter influência nas suas vidas, quando este poder é transferido para fora do país, não está certo.

Heart acredita que as pessoas devem estar envolvidas.

– Compartilhe todas as informações. Sobre vantagens, desvantagens e possíveis consequências. Devemos ter um bom processo onde as pessoas estejam informadas e possam participar no debate.

– E se a OMS continuar a ser um órgão consultivo?

– Então ficarei satisfeito. A OMS faz muito bem e é importante no seu papel consultivo.

O Secretário de Estado, Ole Henrik Krat Bjørkholt (Ap), deixou claro que qualquer forma de renúncia à soberania está completamente fora de questão. Ele ressaltou que é uma atitude compartilhada por todos os países com os quais nos comparamos. Como a Alemanha e a Grã-Bretanha.

– Sempre acontece que haja propostas adicionais de determinados países. Mas isso nunca será possível, diz Bjørkholt.

– Todo o sistema é baseado em consenso

A professora de direito Anne Kjersti Befring acha que Heart e outros céticos não têm nada com que se preocupar.

– Temos uma constituição na Noruega que a OMS não pode pôr de lado. Ela rege a forma como nos preparamos para acordos internacionais.

É improvável que os 194 países membros que devem chegar a acordo sobre uma revisão do RSI aceitem uma renúncia à soberania, explica Befring.

Ela salienta ainda que todos os contributos para a revisão do RSI estão disponíveis publicamente, mas admite que há pouca abertura nas negociações sobre o acordo sobre a pandemia.

– É normal. E é assim que deve ser para que os Estados-membros possam contribuir livremente para as negociações sem que todos sejam expostos a isso, afirma Befring e acrescenta:

– Portanto, sei que a OMS está muito longe de finalizar um acordo sobre a pandemia. Quando um acordo estiver pronto, deverá ser apresentado ao Storting, juntamente com a proposta de revisão ao RSI.

Ela acredita que não há nada que indique que o que até agora foram recomendações no RSI se transformará em ordens, e é claro que devemos, em qualquer caso, obter informações sobre o que está sobre a mesa antes de a Noruega dar a sua aprovação.

– Todo o sistema é baseado em consenso.

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