Expansão do BRICS+ Impõe Condições e Ameaça Domínio do Dólar

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Ryabkov, anunciou uma condição importante para países interessados em aderir ao BRICS+. Em uma conferência de imprensa em Moscou, Ryabkov afirmou: “Para nós, um dos principais critérios para admissão no BRICS e acolhimento de estados parceiros é a não participação nas políticas de sanções ilegais, medidas restritivas ilegais contra qualquer participante do BRICS, em primeiro lugar, claro, contra a Rússia.”

Embora essa iniciativa pareça ser principalmente russa, Ryabkov destacou que os outros membros do BRICS+ compartilham uma “plena compreensão” dessa posição. Isso se tornará parte da “natureza central” do bloco à medida que ele se expande no futuro.

O BRICS, fundado por Rússia, Brasil, Índia e China em 2006, tem se expandido nos últimos anos, adicionando África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia. Apesar da expansão, o grupo manteve seu nome original, acrescentando um sinal de adição para acomodar novos membros, sendo agora conhecido como BRICS+.

Ryabkov explicou que os países do BRICS+ trabalham bem em equipe e se “ajustaram” uns aos outros. Vários outros países manifestaram interesse em aderir ao grupo, incluindo a Malásia, cujo primeiro-ministro Anwar Ibrahim declarou recentemente a intenção de seu país de apresentar a documentação necessária para adesão, com apoio da China. Mais de 40 outros países também manifestaram interesse.

A expansão do BRICS+ representa uma ameaça direta ao domínio do dólar americano e à eficácia das sanções ocidentais. O senador Marco Rubio (R-Flórida) alertou sobre as implicações dessa expansão: “Se as tendências atuais continuarem, será cada vez mais difícil para os Estados Unidos prevenir a violência e a opressão internacionais através de sanções.”

O BRICS+ já ultrapassou o G7 em termos de PIB ajustado pela paridade do poder de compra. Embora existam desafios, como as economias variadas dos países membros e objetivos de política externa divergentes, o grupo está unido em seu desejo de se afastar do dólar americano.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, anunciou que os países do BRICS estão desenvolvendo uma plataforma de pagamentos que permitirá afastar-se do dólar americano. O grupo tem avançado na realização de mais comércio e empréstimos utilizando suas moedas nacionais. Essa iniciativa é uma resposta às sanções impostas pelos EUA e seus aliados.

Embora os detalhes do sistema em desenvolvimento ainda sejam escassos, observadores acreditam que pode ser uma moeda digital que permita aos bancos centrais realizar transações diretamente em moedas locais. Muitos países do BRICS+ estão trabalhando para diversificar seus ativos, temendo ser excluídos do sistema financeiro global baseado no dólar devido a sanções.

Mesmo sem uma moeda própria, o BRICS+ pode enfraquecer significativamente o domínio do dólar. O ex-economista da Casa Branca Joe Sullivan alertou: “Os estados do BRICS+ nem sequer precisam ter uma moeda comercial compartilhada para destruir o domínio do King Dollar. Se o BRICS+ exigisse que você pagasse a cada membro em sua própria moeda nacional para negociar com qualquer um deles, o papel do dólar na economia mundial diminuiria.”

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