Rio Grande do Sul sem serviços ou infraestrutura

Inundações no Rio Grande do Sul revelam falhas estruturais e desigualdades na distribuição de recursos federais

As inundações no Sul atingiram uma dimensão única em sua história, mas desastres gigantescos podem ocorrer em qualquer lugar no Brasil, como em Brumadinho, em Minas; ou em  Petrópolis, no Rio. A ineficácia no atendimento seria a mesma. É revoltante ver a situação se repetir sem nenhum aprendizado. Os governos continuam sem estrutura para atender demandas de qualquer natureza , seja de enchentes, incêndios, ciclones e até mesmo raios. Devemos dar Graças a Deus por não termos vulcões em atividade. 

Por coincidência, o ministro da Defesa esteve na Câmara dos Deputados recentemente para divulgar as ações sociais das Forças Armadas e pedir mais dinheiro. Ora, todos os ministérios fazem a mesma coisa: ação social, e quando a população precisa, esta não funciona, porque não há estrutura de portos, aeroportos, estradas ou segurança, apenas assistencialismo e demandas sociais. 

Por mais que tenham de fato terem salvado vidas, a percepção geral em relação às FFAA foi de baixa efetividade. Adicionalmente, a burocracia limita a ação de indivíduos e comunidades locais no auxílio às vítimas, que têm dificuldade de receber as doações ou resgate.  

O Rio Grande do Sul possui terra vasta, rica, população qualificada e um dos maiores IDHs da América Latina. Porém, por mais que seja produtivo, o estado social faz os recursos do estado e da federação serem alocados em benefícios sociais sem nenhuma contrapartida, apenas para coagir eleitores.  

Se a prioridade orçamentária fosse em Defesa e Infraestrutura, os investimentos seriam na criação de rodovias, aeroportos, ferrovias, portos;  fomento à indústria de base, veículos de transporte; e tecnologia de armamento, serviços de alerta, de emergência e de defesa.   

Impostos gerados nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste têm ido para o Norte/ Nordeste, que pouco contribuem e em alguns casos recebem até o DOBRO em recursos federais que geram.  O povo do Rio Grande do Sul pagou em tributos federais o valor de R$57,4 bilhões para o poder central de Brasília, e recebeu de volta somente R$13,3 bilhões.  Uma inversão de valores que em nada contribui para o desenvolvimento de  nenhuma região do país.

Brasília tem servido como distribuidor de renda de estados ricos para estados geridos por políticos corruptos e ineficientes, “companheiros” em regiões dominadas por esquemas e oligarquias. A população do Norte/Nordeste não vê esses recursos.  Caso as centenas de bilhões de recursos federais tivessem chegado, haveria  um IDH muito mais elevado do que tem hoje.  

Se não aprendermos com a tragédia, ela fica maior ainda,  e o Rio Grande do Sul ensinou ao Brasil três preciosas lições: a burocracia mata, não se deve contar com o poder público e o povo gaúcho sempre sairá dessa tragédia mais forte do que já é. 

Luiz Philippe de Orleans e Bragança

 

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