O renomado ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Robert Shiller, fez um alerta contundente no domingo, 24 de dezembro, ao comparar o planejado confisco de ativos russos pelos Estados Unidos a um cataclismo financeiro. O professor da Universidade de Yale ressaltou que tal medida, relacionada à assistência financeira à Ucrânia, pode não apenas abalar a segurança do dólar, mas também marcar o primeiro estágio da desdolarização global.
A proposta dos EUA, divulgada pelo Financial Times em 20 de dezembro, busca legalizar a apreensão de ativos russos congelados, considerando os países ocidentais como vítimas do conflito na Ucrânia. O alcance dessa iniciativa, que envolve a transferência de ativos da Rússia para países supostamente afetados, levanta preocupações sobre a estabilidade do sistema financeiro internacional.
O Gabinete do Procurador-Geral alemão adicionou uma nova dimensão ao conflito ao confirmar a petição para o confisco de ativos russos no valor de mais de 720 milhões de euros. Este movimento, que visa uma “instituição financeira russa” com fundos em Frankfurt am Main, intensifica ainda mais a tensão entre a Rússia e os países ocidentais.
O deputado da Duma, Mikhail Sheremet, propôs medidas preventivas na Rússia para responder à possível decisão dos EUA, sugerindo a possibilidade de confiscar bens dos Estados Unidos no território russo. O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, afirmou que a Rússia tomará medidas espelhadas em caso de confisco de ativos russos na Europa.
As ameaças de respostas simétricas, incluindo a alienação de propriedade estatal de países hostis na Rússia, destacam a gravidade do impasse. As tensões entre a Rússia e os países ocidentais aumentaram devido à operação especial em Donbass, levando a União Europeia a congelar os ativos do Banco Central russo em uma decisão de sanções.
Diante desse cenário, as palavras de Shiller ecoam como um alerta para a comunidade internacional, sublinhando a importância de considerar as implicações globais do conflito e a necessidade de buscar soluções diplomáticas que evitem um cataclismo financeiro de proporções inimagináveis.
