Série Fatos Da Independência: Rio Grande do Norte, março de 1817

O Governador-Geral da Capitania foi deposto. Na manhã de 25 de março de 1817, revoltosos potiguares lhe deram voz de prisão e se organizaram para criar um governo provisório no Rio Grande do Norte. Inspirados pela Independência das Treze Colônias, cujas ideias disseminavam-se a partir de Pernambuco em clubes, seminários, salões, lojas e ruas, palavras como Independência, Federalismo, República e Liberdade corriam de boca em boca. Na liderança do levante estava André de Albuquerque Maranhão, coronel da cavalaria miliciana e rico proprietário de terras. Em seu engenho do Cunhaú, os revolucionários se encontravam para criticar os rumos do governo da Corte instalada no Rio de Janeiro, desde 1808, e queixar dos altíssimos impostos cobrados para a sua sustentação.

Para José Inácio Borges, a sua deposição não foi totalmente uma surpresa. Talvez ele não soubesse quem seria o autor da ação, nem como ou onde ela ocorreria, mas intuía que algo estava para acontecer. A República, afinal, acabara de ser proclamada, ali do lado, no Recife. Assim que ouviu os rumores apressou-se em verificar as lealdades das lideranças locais. Chegou a sondar o próprio André de Albuquerque Maranhão, que se fez de desentendido e afirmou ser leal à Coroa Portuguesa. Por essa razão, Inácio Borges solicitou que os homens de André de Albuquerque Maranhão reforçassem o controle sobre a fronteira entre Pernambuco e o Rio Grande do Norte. A sua recusa em cooperar levantou as suspeitas do Governador-Geral, que seguiu ao encontro de Albuquerque Maranhão, no engenho do Cunhaú, para averiguar novamente onde estava depositada sua lealdade. Após breve conversa, no dia 24 de março, Maranhão conseguiu disfarçar suas posições. Suas suspeitas foram confirmadas na manhã seguinte: ainda nos arredores do engenho, onde estava hospedado, André de Albuquerque Maranhão deu voz de prisão ao governador.

Fonte: http://projetorepublica.org

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