Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais apresenta recuo após crescimento em junho; trimestre móvel encerra com queda de 0,3%, impactando a economia nacional.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou hoje o Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais referente ao mês de julho. Os números revelaram uma queda de 2,5% em relação ao mês anterior, marcando um contraste em relação ao crescimento de 1,4% observado em junho. Essa variação negativa também teve reflexos no trimestre móvel encerrado em julho, que registrou uma diminuição de 0,3% na margem.
O conceito de consumo aparente de bens industriais compreende a parte da produção industrial doméstica direcionada ao mercado interno, acrescida das importações. Dessa forma, em julho, a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) apresentou um recuo de 3,5%, enquanto as importações de bens industriais tiveram um leve aumento de 0,2%, conforme detalhado na tabela abaixo:

Comparando com o mesmo período do ano anterior, o indicador mensal de julho registrou uma retração de 5,2%, enquanto o trimestre móvel teve uma queda de 2,6%. Esses números confirmam a tendência de estagnação na demanda por bens industriais, que também é evidenciada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), que apontou um retrocesso de 1,1% no acumulado de doze meses até julho.
Analisando as classes de produção, destaca-se o expressivo declínio de 16,6% no segmento da indústria extrativa, que contribuiu significativamente para o desempenho negativo do indicador em julho. O trimestre móvel também apresentou uma contribuição negativa da indústria extrativa. Por outro lado, a indústria de transformação teve uma queda de 1,8% na margem, resultando na quase estabilidade do setor no trimestre móvel, com uma variação de apenas -0,1%.
A análise das grandes categorias econômicas revela quedas de 5,7% na demanda por bens de capital e 2,4% na demanda por bens intermediários em relação a junho. O destaque positivo fica por conta do segmento de bens de consumo duráveis, que registrou um avanço de 4,6%, compensando parcialmente a queda de 5,7% no período anterior.
Entre os 22 segmentos da indústria de transformação, nove apresentaram desempenho positivo em relação a junho. Dentre eles, merecem destaque os setores de “outros equipamentos de transporte,” que registrou um aumento de 22,5%, e “produtos alimentícios,” com um crescimento de 2,2% na margem. No que diz respeito ao trimestre móvel, 16 segmentos apresentaram crescimento na comparação dessazonalizada, com ênfase para o consumo aparente de “máquinas, aparelhos e materiais elétricos,” que teve um incremento de 6,3%, e “metalurgia,” com um aumento de 5,7%.