CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – Uma audiência sobre OVNIs no Congresso do México, que contou com a apresentação de supostos restos mortais de seres não humanos, enfrentou rápida reação internacional nesta quinta-feira, com críticos rotulando-a de “façanha” e perguntas de autoridades no Peru, onde os espécimes aparentes surgiram pela primeira vez.
O jornalista mexicano e entusiasta de OVNIs de longa data, Jaime Maussan, mostrou aos políticos na audiência de terça-feira dois pequenos “corpos” exibidos em caixas, com três dedos em cada mão e cabeças alongadas. Ele alegou que eles foram encontrados no Peru em 2017 e não estavam relacionados a nenhuma vida na Terra. Maussan fez afirmações controversas semelhantes no passado.
As imagens da audiência no Congresso, a primeira do género no México, despertaram curiosidade internacional, bem como desprezo substancial.
Críticas e Ceticismo
O ex-piloto da Marinha dos EUA Ryan Graves, que também compareceu à audiência para compartilhar sua experiência pessoal com avistamentos de “fenômenos anômalos não identificados”, ou UAP, criticou a apresentação. Graves, que participou de audiências no Congresso dos EUA sobre OVNIs em julho, onde afirmou que os avistamentos de fenômenos inexplicáveis no espaço aéreo eram “grosseiramente subnotificados”, expressou seu desapontamento com a apresentação mexicana, classificando-a como “uma façanha infundada.”
Alegações e Questionamentos
Maussan afirmou na apresentação que os espécimes foram recuperados perto das antigas Linhas de Nazca, no Peru, e foram datados por carbono pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e concluíram que tinham cerca de 1.000 anos de idade. Ele alegou que eles não estavam relacionados a nenhuma espécie da Terra. No entanto, a ministra da Cultura peruana, Leslie Urteaga, negou qualquer confirmação de que os restos mortais fossem de origem não humana e questionou como os espécimes deixaram o Peru.
“Há uma queixa criminal do Ministério da Cultura contra algumas pessoas que tiveram um relacionamento com estes senhores”, disse Urteaga aos jornalistas, referindo-se a Maussan e seus associados. “Vou pedir informações para ver o que aconteceu… sobre a remoção de objetos pré-hispânicos, porque entendo que fazem parte de restos ósseos pré-hispânicos”, acrescentou.
Falta de Evidências Concretas
Maussan, em sua defesa, afirmou que seus críticos ainda não apresentaram evidências para refutar suas afirmações. “O que eles querem é tirar a força que esta descoberta tem, mas apenas com depoimentos, com questionamentos e sem uma única prova”, disse Maussan. “Há anos que fazemos investigações… eles querem vir aqui para investigar apenas conversando.”
A UNAM, que realizou a datação por carbono, emitiu um comunicado em 2017 esclarecendo que seu trabalho tinha como objetivo determinar a idade das amostras, mas não confirmou sua origem não humana. A universidade recusou um pedido da Reuters para ver os resultados completos do estudo ou entrevistar os pesquisadores que participaram, bem como se recusou a divulgar a idade que seu estudo concluiu que as amostras tinham.
Chamado à Transparência
Enquanto o debate sobre a autenticidade dos “corpos alienígenas” continua, os funcionários da NASA realizaram uma coletiva de imprensa, divulgando seu próprio relatório sobre recomendações para ajudar o Pentágono a detectar e examinar OVNIs. David Spergel, ex-chefe do departamento de astrofísica da Universidade de Princeton e presidente do relatório, pediu transparência. “Se você tiver algo estranho, disponibilize amostras para a comunidade científica mundial e veremos o que há”, disse ele.
O debate em torno dos supostos “corpos alienígenas” apresentados no Congresso mexicano permanece polarizado, com defensores e céticos buscando evidências sólidas para apoiar suas respectivas posições. Enquanto isso, o mistério em torno da origem e autenticidade desses espécimes continua a intrigar aqueles que buscam respostas sobre a possível existência de vida extraterrestre.