
O órgão da ONU que garante o cumprimento dos tratados internacionais sobre drogas está preocupado com a produção em larga escala de ópio e metanfetamina no Afeganistão, bem como com a ausência de programas de tratamento para usuários de drogas.
No relatório anual do International Narcotics Control Board (INCB), divulgado esta quinta-feira em Viena, recorda-se que o cultivo do ópio, necessário à produção de drogas como a heroína, foi mantido apesar da proibição dos talibãs, no governo desde agosto de 2021.
“A JIFE continua preocupada com o cultivo e produção em grande escala de papoulas no Afeganistão, onde há uma necessidade premente de melhorar a prevenção e o tratamento para usuários de drogas, especialmente mulheres”, afirma o presidente do Conselho, Jagjit Pavadia.
A JIFE é um organismo constituído por treze peritos independentes que asseguram o cumprimento das convenções internacionais sobre drogas.
Os especialistas da ONU reconhecem a grave crise humanitária que o Afeganistão atravessa e pedem que a ajuda internacional seja entregue ao país para levar em consideração as políticas de controle de drogas.
Outra tendência preocupante para o INCB é o aumento da produção de metanfetamina no país, um estimulante sintético que é então traficado para países vizinhos como Irã, Paquistão e países da Ásia Central.
“Existe um alto risco de que as rotas de tráfico de heroína sejam usadas para o tráfico de metanfetaminas”, afirma o relatório.
O cultivo de ópio no Afeganistão atingiu 233.000 hectares em 2022, um aumento de 32% em relação ao ano anterior.
A área cultivada em 2022 é a terceira maior desde 1994, quando a área plantada com papoula começou a ser controlada.
O relatório lembra que, em 2021, 86% da produção global de ópio veio do Afeganistão.
A JIFE indica que não teve comunicação direta com as autoridades de facto no Afeganistão, referindo-se aos talibãs que tomaram o poder em agosto de 2021, mas continuou a solicitar que fosse prestada ajuda humanitária à população.
Fonte: EFE/PanAn Post