Colocando uma pedra sobre a tal linguagem neutra

Discriminatória, criminosa, ilegal e imoral, a linguagem neutra não pode ser adotada por nenhum falante, a não ser que também se adote a língua do pê para comunicações oficiais. Espero que depois de ler este pequeno artigo, paremos de discutir algo que não permite discussão, pois se trata de fato jurídico, portanto não cabem modificações sem aprovação do Congresso. Logo na cabeça ou caput do artigo 13 da Constituição Federal, está claro: “ A Língua Portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.”. Qual é a dúvida? A Língua Portuguesa, constitucionalmente, é um conjunto de normas que foram aprovadas no Congresso Nacional com modificações ou emendas: no Brasil, a língua portuguesa já passou por reformas em 1943 e 1971, enquanto em Portugal houve alterações em 1911, 1920, 1931, 1945 e 1973. Recente acordo internacional estabeleceu outro em 1990, mas quaisquer mudanças passam pelo crivo da Câmara e do Senado, depois de exaustivas discussões técnicas. O uso indevido da linguagem não somente é abusivo e ilegal, como inconstitucional. A linguagem neutra não é Língua Portuguesa, mas a tentativa de criar um dialeto sem bases culturais e históricas, fora da conformidade às leis aprovadas pelo Congresso. Escolas, estabelecimentos comerciais e empresas moderninhas, pessoas irresponsáveis e ignorantes e até ministérios deste “novo governo” que insistirem em propagar ou adotar em seus documentos ou ensinar a linguagem errada e ilegal, bem como incitar ou coagir funcionários a tal prática devem ser processados e multados com força de lei. Não bastassem professores sérios e membros de Academias de Letras do Brasil, de Portugal e de países lusófonos estarem ainda discutindo o acordo ortográfico de 1990, que aboliu a marca brasileira do trema - pessoas que defendem tal linguagem neutra provavelmente nem sabem do que estamos falando -, agora temos de lidar com essa aberração linguística que confunde sexo com gênero, ignora etimologia e gramática normativa. A Língua Portuguesa estabelece premissas etimológicas e estruturais de masculino e feminino, pois não falamos inglês ou alemão, em que os artigos são indiferentes, no primeiro caso, ou que se tenha um artigo neutro, no segundo caso. As línguas latinas primam por flexões verbais complexas e nominais mais simples (a não ser no Latim em que as seis declinações colocam qualquer estudante de molho nos estudos por muitos anos), marcadas pelas desinências “a” e “o”, independentemente se há relação com sexo feminino ou masculino. "Cadeira" recebe artigo feminino e não é mulher, "cabelo" concorda com adjetivo masculino e não é homem. O Português estabelece a flexão de acordo com o gênero, que é convencional e remonta a estruturas gregas e latinas, principalmente. Não vou me aprofundar nessa seara técnica, mas recusar a herança histórica da nossa língua tem representado uma prática que tomou conta do Brasil e suas por meio de narrativas sexistas e burras que seguem impunes. Não vai ser assim. Vamos levar caso a caso ao judiciário para coibir essa violência contra a comunidade lusófona e a própria Lusofonia, não por censura, mas por controle de qualidade e alívio para os ouvidos e a inteligência. Fundação Oriente, Instituto Camões e Fundação Gulbenkian já estão a par e tomando suas providências, com notas de repúdio ou mais, vamos aguardar os acontecimentos. Infringir a Gramática Histórica e a vontade popular, que determinou e sedimentou convenções ao longo do tempo, é de tal forma arbitrário e criminoso que deveria ser caso de prisão, pois regras gramaticais são leis aprovadas por tribunais nacionais e internacionais e infringi-las é caso de crime de lesa-pátria, pois a Língua e a Literatura são nossos patrimônios imateriais. Como não há código que tipifique a pena nesses casos, podemos entrar com processo e indenização para compensar as consequências nefastas para a Educação de nossas crianças e jovens, exclusão de surdos-mudos, os prejuízos para a linguagem em braile, desvalorização da Língua Portuguesa, hoje a sexta mais falada do mundo, que será relegada a simples dialeto caso persista essa farsa. Os agressores mexeram com a língua errada. Se alguém se dirigir a você nessa linguagem, ou mesmo fizer alguma brincadeira, não reproduza, não aceite. Antes, repreenda e deixe claro que vai processar essa pessoa ou entidade caso continue a se expressar daquela maneira. Estudantes não devem aceitar o discurso espúrio por parte de professores, nem de documentos recebidos, que devem ser guardados em arquivo e usados como provas para pedir indenização. Esse é nosso direito como brasileiros, nossa pátria é nossa língua e ela está sendo tirada de nós. Como professora de Língua e Literatura Brasileira, escandalizo-me ainda mais, pois estamos reféns da ignorância de quem não sabe escrever uma só linha sem erro ortográfico. A mídia também não se cansa de violentar a nossa linguagem, que era chamada na Idade Média de "Latim redivivo”, "Flor do Lácio" e “falar cristão”, recusando-se a divulgar que a Língua Portuguesa está sendo instrumentalizada politicamente, manipulada por interesses ilegítimos de quem quer deliberadamente destruir nosso patrimônio, analogamente aos casos de incêndios a museus, apagamento de nomes de ruas, demolição de edificações e sítios históricos, exclusão em prédios públicos de símbolos nacionais, religiosos e culturais. Que sejam todos responsabilizados e respondam nos tribunais. Viva a Língua Portuguesa, porque ela sempre vence!

Colocando uma pedra sobre a tal linguagem neutra

Vera Amatti

Censurado

Carta aos Oficiais Gerais

Publicado no Diário Oficial da União, autorização para circulação de navios de guerras estrangeiros

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