fbpx
News

A curva de Laffer do PRO de Larreta e Bullrich que beneficia Milei

Com a aproximação das primárias para as eleições presidenciais do próximo ano, a competição entre Horacio Rodríguez Larreta e Patricia Bullrich se intensifica. Ambos são, até agora, concorrentes do PRO dentro da coalizão Juntos pela Mudança.

Embora o ex-ministro da Segurança seja mais forte nas pesquisas e interprete melhor o paladar do eleitor anti-Kirchner, o prefeito da capital conta com fundo municipal e recursos generosos para moldar sua assembleia. No entanto, a passagem de dirigentes de um espaço para outro parece alterar negativamente o fluxo geral do partido amarelo. Como no caso da Curva de Laffer com impostos e economia, às vezes a adição acaba subtraindo e pode haver dois cenários que parecem idênticos, enquanto um é menos eficiente que o outro.

Nesta semana, Larreta apresentou com alarde duas novas aquisições: a de Cynthia Hotton, ex-deputada que anda vagando pela política sem princípios concretos a não ser a “celestial” causa antiaborto e o “falcão” Waldo Wolff, que até recentemente exibia com Bullrich.

Em primeiro lugar, a primeira coisa que aconteceu com os recém-chegados é uma espécie de condição de “abraço de urso”. Do lado de Hotton, a referência evangélica foi absolutamente atingida, já que ela estava “presa” a um espaço político “verde”, onde dividirá um campus com autoridades como Silvia Lospennato. Vale lembrar que o referente larretista fez um dos discursos mais efusivos a favor da legalização do aborto no Congresso no dia de sua aprovação. Nas redes sociais de Wolff, por enquanto, só há críticas. Alguns o insultam abertamente e o chamam de traidor, enquanto outros expressam com mais respeito sua total decepção.

Embora seja improvável que as chegadas capitalizem Larreta, movimentos como o de Wolff complicam Patricia Bullrich. É que, apesar de em agosto (supostamente) acontecerem as primárias, Bullrich tem duas frentes. O interno contra Larreta, logicamente, mas também o externo contra Javier Milei. Paradoxalmente, com quem parece ter uma melhor relação pessoal. O mesmo referente libertário reconheceu que ela nunca mentiu para ele e que não teria problemas em dividir um STEP com ela, mas que não pode fazer parte de um espaço com o prefeito municipal. Em vez de combatê-lo, Bullrich reconhece seu trabalho em defesa dos ideais de liberdade e deixa a porta aberta para o futuro incerto da política argentina. No entanto, a passagem de Wolff para o larretismo a prejudica e Milei cai como um maná do céu.

Porque? Porque no atual eleitorado argentino não há menos que uma porcentagem que simpatiza com ambos, assim como com Mauricio Macri (mas não com Larreta ou os radicais). Trata-se da parcela de eleitores que desejavam um intervalo entre “falcões” e “pombas”, pelo sonho de uma eventual nova frente dura neomacrista com Milei dentro. Esses eleitores de centro-direita do espectro, até agora não sabiam se votavam na cambiemita interna ou se o faziam diretamente em Milei. Nesta altura, parecem estar absolutamente indignados, ao manifestarem-se massivamente nas redes sociais. É que, não só não ocorreu o divórcio entre falcões e pombos, como parece que a divisão entre ambas as categorias não foi muito específica. Quem capitaliza com isso? Miley, claro.

Vendo as reações após o anúncio do mercado de passes amarelos, tudo parece indicar que, apesar de ter Hotton dentro, ao invés de tornar o espaço mais “celestial”, ela foi manchada de “verde”. E quanto ao desembarque de Wolff, que servirá formalmente como porta-voz do “pró-emblemático bairro” (como ele mesmo disse), longe de aumentar o entusiasmo por sua linha interna, a única coisa que Larreta conseguiu foi um golpe contra a conta geral do fluxo da festa. Acrescentou, mas pode ter subtraído do total da equação. É que ele não vai levar consigo eleitores “difíceis”, que podem tê-los tirado de Patrícia, mas para entregá-los a Milei. Por enquanto, o economista se dedica a não interromper seus inimigos quando eles estão errando.

Fonte: PanAm Post

Print Friendly, PDF & Email

Joabson João

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo
Translate »
Filosofia – Parte I Brasil 200 anos Séries Netflix tem mais de 1 bilhão de horas assistidas Emancipation – Uma História de Liberdade Wandinha Episódios