Após um longo processo judicial iniciado em 2019, Cristina Kirchner foi condenada por fraudar fundos públicos.
O promotor Diego Luciani havia pedido 12 anos de prisão e inabilitação perpétua, por acusar Cristina Fernández de Kirchner de chefiar uma associação ilegal, além de fraude de fundos estatais em obras públicas. Na tarde desta terça-feira (6), o Tribunal Oral Federal 2 decidiu condenar a vice-presidente argentina a seis anos de prisão, além de inabilitá-la para sempre para o exercício de cargos públicos. Os juízes finalmente a condenaram por fraudar o Estado, evitando a figura da associação ilícita, sempre difícil de verificar.
Para que a sentença desta terça-feira seja definitiva, Cristina Kirchner tem duas instâncias recursais. Primeiro a Câmara de Cassação e depois a Suprema Corte de Justiça. Pelos depoimentos da condenada e de seu espaço, nada parece indicar que ela possa reverter sua situação nessas instâncias superiores. Vale lembrar que, desde o mais duro kirchnerismo, já há algum tempo vem pedindo para “virar” a mais alta corte de justiça da Argentina.
O julgamento da causa Rodoviária começou em 2019 e apurou irregularidades em 51 obras públicas adjudicadas a Lázaro Báez (também condenado) e à Austral Construcciones entre 2003 e 2015. Embora a vice-presidente tenha feito muitas alegações políticas durante o processo judicial, Cristina Kirchner nunca conseguiu explicar como o amigo do marido (como ela mesma admitiu) fundou uma construtora do nada quando chegaram ao poder, para liquidá-la após a vitória de Mauricio Macri.
O tribunal integrado por Rodrigo Giménez Uriburu, Jorge Goroni e Andrés Basso, devido a lentidão do processo em questão, tem prazo até o dia 9 de março para divulgar a íntegra dos fundamentos da sentença. Até lá, Kirchner pode iniciar seu processo de apelação. Devido o intervalo entra as instâncias, a vice-presidente pode se candidatar nas eleições de 2023, com isso a discussão será mais política do que legal e judicial. Embora seja provável que a oposição esteja atualmente pedindo o impeachment, a tradição do peronismo é esperar pelo Supremo.
Após a transmissão da sentença, Cristina Kirchner fez uma nova transmissão de seu escritório. Como esperado, ela reiterou os argumentos que apresentou durante o julgamento, observando que o veredicto não a pegou de surpresa. Kirchner aproveitou a situação para insistir na questão do canal nacional de Alberto Fernández e na ligação do grupo Clarín com a justiça.
Fonte: PanAm Post
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