Viagens e Turismo

Turismo sustentável: atividade ajuda na preservação ambiental

Modalidade deve proteger e ampliar as oportunidades para o futuro, enquanto atende às demandas dos turistas e das regiões que os recebem.

Considerado um setor com potencial no Brasil, devido às paisagens naturais do país, o turismo sustentável pode contribuir para a preservação do meio ambiente e da cultura nacional, além de trazer benefícios econômicos. A atividade, no entanto, enfrenta desafios por conta de fatores como a destruição ambiental nos últimos anos. 

A Organização Mundial de Turismo (OMT) define o turismo sustentável como aquele que protege e amplia as oportunidades da atividade para o futuro, enquanto atende às demandas dos turistas e das regiões que os recebem. 

Além de satisfazer os visitantes, o segmento busca promover o desenvolvimento social e econômico das regiões. A ideia é garantir a manutenção da paisagem no longo prazo e distribuir os benefícios do turismo para todos, conservando os recursos naturais e mantendo a integridade cultural da população.

Segundo o Conselho Global pelo Turismo Sustentável (GSTC, na sigla em inglês), os quatro pilares do turismo sustentável incluem investimento em administração responsável; conservação ambiental; equidade e eficiência socioeconômica; e respeito à cultura. 

Práticas sustentáveis

Conforme a OMT e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o turismo sustentável não é uma forma especial de turismo e nem mesmo sinônimo de ecoturismo ou turismo de natureza. Para eles, todas as modalidades de turismo, inclusive as mais populares, podem e devem ser pautadas em princípios sustentáveis.

Sendo assim, tanto uma experiência de mergulho, quanto uma visita a um museu ou uma viagem às compras podem ser pautadas em práticas de respeito ao meio ambiente, à cultura local e à economia. 

Dessa maneira, fazem parte das práticas do turismo sustentável não apenas a preservação de áreas verdes, por exemplo, mas a redução do consumo de energia e de água — o que empreendimentos como pousadas e hotéis podem fazer —, a utilização de embalagens recicláveis e a otimização da gestão do lixo. 

Esse tipo de iniciativa pode ser tomada tanto por empresas que decidem, individualmente, adotar práticas sustentáveis — agências de turismo, pousadas ou hotéis —, como por governos, que podem incentivar o setor de determinada região por meio de políticas públicas.

Turismo sustentável no Brasil

A sustentabilidade ganhou relevância na tomada de decisões dos turistas. De acordo com pesquisa feita em 2022 pelo Booking.com, 90% dos brasileiros pretendem viajar de maneira sustentável. O levantamento contou com a participação de 30 mil viajantes em 31 nações. O Brasil aparece em terceiro lugar entre os países que consideram viagens sustentáveis importantes. 

O país, contudo, não tem dados oficiais que indiquem a dimensão de seu turismo sustentável. Rankings internacionais mostram que o Brasil se destaca pouco no segmento, apesar do potencial que tem devido às paisagens naturais.

Segundo o Sustainable Travel Index de 2020, índice elaborado pela companhia de pesquisa de mercado Euromonitor Internacional, o Brasil ocupa a 54ª posição em turismo sustentável. O estudo considera fatores como sustentabilidade ambiental, econômica e social, hospedagem e transportes nas viagens em cada país.

Os primeiros 20 países no ranking são europeus, sendo que a região escandinava recebe destaque, devido em partes a medidas tomadas pela União Europeia para frear as mudanças climáticas. O primeiro lugar em sustentabilidade ambiental fica com Moçambique, por contar com uma série de áreas de proteção e conservação do meio ambiente. 

Destinos sustentáveis devem ser explorados

O Brasil, apesar disso, tem diversos destinos sustentáveis reconhecidos. Em lista dos 100 principais lugares turísticos sustentáveis do mundo, por exemplo, publicada em 2021 pela fundação Green Destinations, cidades brasileiras como Bombinhas e Tibau (RN) foram destaques. 

Além disso, o país conta com vários parques e unidades de conservação que atraem turistas. Em 2020, pesquisa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – órgão do governo responsável por esses locais – revelou que cada R$ 1 investido no órgão gerou outros R$ 7 no entorno dos parques, por conta do consumo de serviços como alimentação, transporte, hospedagem nas atividades de lazer dos visitantes.

É preciso cuidar 

Como aponta a pesquisa do Booking.com, o Brasil é um dos países que mais preza pelo turismo sustentável. Contudo, a nação não tem mostrado cuidado de seus recursos naturais ou seguido pautas políticas robustas de conservação de biomas nos últimos anos.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos primeiros três meses de 2022, a Amazônia Legal registrou a maior quantidade acumulada de alertas sobre desmatamento da história do monitoramento. Foram 941,34 quilômetros quadrados de mata desmatada, sendo este o maior índice desde 2016. 

O quadro pode afetar o turismo sustentável no país, que precisa, ainda, lidar com a diversificação da rota. Destinos consolidados, como Gramado no inverno, e Nordeste no verão, por exemplo, desfrutam de anos de trabalho de divulgação, mas também sofrem com o excesso de visitação em suas respectivas altas temporadas. 

Conforme avaliado pelo superintendente de Turismo de Florianópolis, Vinicius De Lucca, em entrevista à imprensa, o Brasil conta com alto potencial turístico diverso, especialmente em relação ao ecoturismo. Para ele, no entanto, é preciso sensibilizar a classe empresária para, junto ao poder público, dar um passo adiante, já que a iniciativa privada injeta capital e gera renda para o setor. 

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