O primeiro ato formal de desobediência à Corte portuguesa, praticado pelo príncipe D. Pedro como regente do Brasil, corporificou-se no “Dia do Fico”, que aconteceu em 9 de janeiro de 1822, no Paço Real, no Rio de Janeiro. Com esse gesto de insubordinação às Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, a separação do Brasil de Portugal estava informalmente realizada. Era o primeiro sintoma de franca desavença. O Príncipe havia recebido ordem de regressar a Portugal para aprimorar a sua educação. Mas, com ordem de embarque, acatou o pedido que lhe endereçaram os cariocas para permanecer no Brasil.
A fim de fazer valer a autoridade do rei, o general Jorge de Avilez Juzarte de Sousa Tavares, 1.º Visconde do Reguengo e 1.º conde de Avilez, comandante da guarda portuguesa no Rio, apresentou suas tropas. Evitando o combate, mediante muitas peripécias, acabou obrigado a bater em retirada para a Praia Grande (Niterói), onde prometeu embarcar. Inverteram-se os papéis: Avilez partiria, d. Pedro ficava.
No entanto, o general lusitano não tomou providências para o regresso, que ficara estabelecido para 7 de fevereiro. No dia 9, D. Pedro, que era homem de iniciativa, mandou que de imediato se realizasse o embarque de Jorge de Avilez, ou não lhe daria “mais quartel em parte nenhuma”. Não era possível contemporizar. Começou na madrugada de 10 o transporte das tropas, e a 15 de fevereiro sete navios mercantes, comboiados pelas corvetas “Liberal” e “Maria da Glória”, levavam para a Europa a notícia do primeiro triunfo brasileiro, pórtico da Independência.
Há, na Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, uma carta de agosto de 1822, na qual D. João VI aconselha seu filho a não afrontar às cortes portuguesas. Em resposta, D. Pedro I diz que só aceitará o que for conveniente aos brasileiros.
Créditos:
Fonte: http://bndigital.bn.gov.br/artigos/200-anos-da-independencia-o-dia-do-fico/
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