
Empresas utilizam as dinâmicas de grupo como ferramentas para treinamentos e processos seletivos. O intuito da atividade é identificar habilidades e características que integram o perfil comportamental dos participantes. Para isso, existem diversos tipos de propostas que se adequam aos objetivos específicos dos recrutadores e auxiliam na escolha do futuro colaborador que mais se encaixa na vaga.
É importante ter planejamento, escolher o local em que a atividade será feita, separar os candidatos em pequenos grupos e definir quais tecnologias e métodos serão usados para medir os resultados. Um software de recrutamento, por exemplo, pode fazer a gestão dos processos seletivos e das ferramentas empregadas neles.
Para que as companhias possam organizar as dinâmicas de maneira eficiente, é importante ter em mente que cada perfil de vaga exige a análise de características específicas. Sendo assim, ao esquematizar as dinâmicas, é fundamental que o recrutador saiba o que ele deseja observar nos participantes exatamente.
Conforme a professora de gestão de pessoas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Loraine Bothomé Müller, em entrevista à imprensa, não existe candidato pior ou melhor. O resultado dessa atividade que, muitas vezes, é aplicada como etapa decisiva e de desempate, evidencia o concorrente mais adequado aos requisitos da vaga e à cultura organizacional da instituição.
O que é avaliado durante a dinâmica de grupo
Durante a fase de seleção, a dinâmica de grupo é elemento-chave para descobrir, por exemplo, se o futuro candidato é proativo, objetivo, empático, comunicativo, observador ou introspectivo.
Além disso, as soft skills também são analisadas neste momento, ajudando a definir competências comportamentais e capacidades subjetivas, como liderança, trabalho em equipe, pensamento crítico, ética e habilidades para lidar com desafios e solucionar problemas.
Vale lembrar que cada dinâmica avalia aspectos diferentes da personalidade dos candidatos. Esses fatores são sigilosos, caso contrário, a eficiência do processo seletivo seria colocada em risco. Se todos souberem o que a instituição procura em um profissional para determinada vaga, esse comportamento pode ser simulado pelos participantes.
Loraine alerta que, caso o candidato insista em assumir um personagem que não tenha a ver com o seu verdadeiro comportamento, pode desperdiçar a chance de conquistar um cargo que seria ideal para ele. Nesse sentido, alerta que não existe uma fórmula e que o resultado não depende, necessariamente, de quem fala mais e mais alto.
Como funciona a dinâmica de grupo
A dinâmica de grupo é uma das atividades mais temidas do processo seletivo e uma das mais decisivas. A executiva da Cia de Talentos, que faz recrutamento para grandes companhias, Fernanda Montero, acredita que o receio dos candidatos é devido à falta de conhecimento sobre como funciona, o que é avaliado e para o que serve exatamente a proposta de interação. Ela detalhou o processo em entrevista ao portal Vagas.com.
Fernanda ressalta que, para que uma empresa estruture a dinâmica, é preciso que os recrutadores passem por etapas. Elas incluem a definição do perfil profissional que a companhia procura, a compreensão das habilidades técnicas necessárias para o cargo, a delimitação das capacidades comportamentais ideais para a vaga e a escolha das atividades que revelem as características desejadas.
Exemplos de técnicas aplicadas
As características procuradas e desejadas numa dinâmica de grupo, portanto, vão além dos quesitos básicos, como formação, experiência e idiomas.
A escolha da dinâmica deve se basear em atividades que revelem os aspectos buscados. Se a ideia é encontrar um profissional organizado, por exemplo, é preciso pensar numa proposta em que os concorrentes possam demonstrar essa competência.
Entrosamento
Bastante utilizada no começo das etapas de seleção, a dinâmica de entrosamento serve para que os participantes mostrem quem são.
Em uma das abordagens, um formulário é entregue para cada candidato, com questões sobre gostos pessoais, nome, idade, hobbies, entre outras. O material é recolhido, misturado com os demais e entregue aos outros participantes para que tentem descobrir quem é quem.
Essa é uma maneira de entrosar as pessoas presentes, promover o relaxamento e conseguir identificar competências e habilidades técnicas.
Iniciativa
A dinâmica de iniciativa pode ser usada para avaliar a proatividade, a capacidade de trabalhar em equipe e a comunicação dos concorrentes. A técnica de iniciativa do caos é um exemplo.
Nessa atividade, os participantes deixam a sala, enquanto os recrutadores bagunçam o local. Ao voltarem, os candidatos precisam decidir o que vão fazer. Esse é o momento de observar quem irá começar a organizar tudo imediatamente, o candidato que vai separar o grupo em times para dividir tarefas ou aquele que não fará nada.
Mural criativo
A dinâmica do mural criativo também é conhecida e muito utilizada nas empresas. A proposta é dividir o grupo em equipes, separar materiais como recortes de jornal, canetas, tintas e cartolina. Depois, é preciso escolher um tema para ser trabalhado de maneira criativa e lúdica pelos candidatos, com linguagem simples e aspectos estéticos sendo destacados.
No final, os times devem apresentar os murais e todos os grupos precisam discutir sobre qual equipe apresentou o tema de modo mais criativo.