Pesquisas evidenciam a relevância do uso de fitoterápicos como uma prática alternativa ou complementar à solução de problemas de saúde pública. Além da resposta para o tratamento inicial de doenças, a adesão dos pacientes é significativa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população de países em desenvolvimento confia na eficácia das plantas medicinais.
No Brasil, o Ministério da Saúde elaborou a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (Renisus). O documento reúne as espécies com potencial terapêutico para a fabricação de produtos que podem ser utilizados pelo SUS. Na lista está a passiflora, popularmente conhecida como maracujá-vermelho, flor-da-paixão ou flor do maracujá.
De acordo com as informações do Ministério da Saúde, a passiflora pode ser usada na forma líquida (tintura, extrato, chá) ou em cápsulas. A planta trata sintomas de ansiedade leve, como irritabilidade, agitação nervosa e insônia, mas também é indicada para auxiliar no tratamento de problemas intestinais de origem nervosa.
A indicação do fitoterápico como calmante se dá pela propriedade sedativa da planta, que atua no sistema nervoso central, equilibrando o humor e prolongando o período de sono.
Outras indicações
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a passiflora também pode ser utilizada para aliviar dores de cabeça em crianças e adolescentes, além de complementar o tratamento da abstinência de nicotina. Em compressas, ela ajuda a cuidar de lesões.
Orientações sobre venda e uso
Responsável pelo controle da produção e consumo de medicamentos no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém instruções para fabricantes e pacientes sobre a venda e o uso da passiflora.
A embalagem do fitoterápico deve conter informações como a identificação do produto, a composição, o volume líquido ou a quantidade de cápsulas, a concentração dos princípios ativos e a identificação de uso oral.
A agência informa que a passiflora não é indicada para quem tem alergia aos componentes da fórmula. Além disso, não deve ser usada com bebidas alcóolicas e outros medicamentos com efeito sedativo ou anti-histamínico.
Reconhecendo a eficácia e a adesão das plantas medicinais pelos pacientes, a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) alerta para a importância de acompanhamento médico no uso dos fitoterápicos, sobretudo no caso de doenças crônico-degenerativas. A Anvisa e o Ministério da Saúde também não recomendam a automedicação, mesmo no caso dos fitoterápicos.
Importância das plantas medicinais para a saúde
Em janeiro deste ano, pesquisadores da Universidade da Amazônia (Unama) publicaram um estudo na revista científica Research, Society and Development que aborda a importância do uso de fitoterápicos pelo na atenção primária à saúde.
A pesquisa esclarece que “as resoluções presentes no Brasil sobre os fitoterápicos têm como finalidade regulamentar plantas que, por meio do conhecimento popular e da comprovação científica, tornaram-se essenciais no tratamento de diversas doenças”.
Destacando a importância desse trabalho para a promoção da saúde, os pesquisadores sugerem a ampliação do uso de fitoterápicos por parte do governo. O estudo é assinado por Ewerton Elivaldo Ferreira, Evellin dos Santos Carvalho e Carla de Castro Sant´Anna.