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Nossa Senhora da Penha, proteja a cidade de São Paulo!

Hoje, 8 de setembro, São Paulo comemora o aniversário de sua padroeira, Nossa Senhora da Penha, que também dá nome a um bairro histórico e tem raízes profundas na espiritualidade fundadora  da Igreja no Brasil e na Europa.

Quem mora ou passa pelo tradicional bairro da Penha tem apenas uma vaga noção do que ele representa para o espírito paulistano. No meio da urbanização desrespeitosa que foi imposta pela especulação imobiliária, seria necessário mais que um artigo para falar do significado da Penha para a cidade e para todos os paulistanos que estão sob a proteção da Virgem Maria, que tem em Penha representação das mais belas e próximas do mundo iberoamericano. 

Mais robusta que o normal, como sempre convém às mães, na maior parte de suas representações  no Brasil ela tem o ventre protegido por um vestido rosa ou branco, e seu manto azul claro é arrematado por bordados de ouro. Sobre sua cabeça repousa uma grande coroa dourada semelhante às dos monarcas do Brasil e da Europa, com o cetro característico das rainhas. Como base sob seus pés, uma nuvem com anjos. Nossa Senhora carrega, no outro braço, seu filho Jesus coroado como rei menino e este leva, em sua mão esquerda o globo terrestre. A direita, ele abençoa os fiéis tocando o coração da mãe, no lado esquerdo do peito. Ele é o Senhor do Mundo. Ela é a mãe do Senhor com toda a majestade e autoridade para dar a proteção aos filhos, representados pelo mundo que Ele sustenta. Só esta descrição certamente abre à leitura uma miríade de interpretações. 

Início na Espanha – Por volta de 1434, um monge francês, Simão, teve um sonho em que a imagem de Nossa Senhora aparecia  enterrada no alto de um morro, pois era costume que religiosos e leigos escondessem objetos que não queriam ver destruídos pelos invasores muçulmanos. 

Sem dormir e em constante oração, Simão Vela (do verbo velar, guardar, proteger) encontrou a imagem e ergueu um pequeno santuário no oeste da Espanha, próxima à França. 

A imagem original, na Espanha, mostra uma Nossa Senhora enegrecida provavelmente pelo tempo e pelas condições ambientais  (como Nossa Senhora Aparecida), vestida e coberta de branco, com uma imensa coroa envolta por um aro de estrelas encimada pela cruz. Ela carrega com as duas mãos o filho coroado e o menino toca seu próprio coração com a mão esquerda. Com a direita, abençoa os fiéis com os dedos  na postura do Cristo Pantocrator, polegar voltado para si, médio e indicador em posição oblíqua, como em muitas das imagens místicas da igreja do Oriente.  

Inúmeros milagres foram atribuídos à sua devoção e sempre é bom lembrar que todas as imagens de Nossas Senhoras são representações de aparições ou inspirações de artistas com profunda conexão com Deus e com a própria Virgem Maria.

Em São Paulo – Diversas cidades na Europa e no Brasil dedicaram igrejas a Nossa Senhora da Penha, a começar por Lisboa, uma vez que sua devoção chegou até nós pelos colonizadores portugueses. Entretanto, foi um viajante francês do século 17 o responsável pela igreja e consequentemente o bairro da Penha em São Paulo.

O desconhecido devoto de Nossa Senhora da Penha de França parou em uma colina para descansar de sua viagem do Rio para São Paulo,  No dia seguinte, depois de recolher seus pertences, inclusive a imagem da Santa a quem orava, seguiu seu caminho. A poucos metros na estrada, percebeu o alforje leve e a ausência da imagem. Voltou e Nossa Senhora permanecia na colina. Por duas outras vezes essa situação se repetiu, então o viajante concluiu que era ali o lugar em que ela desejava ficar, e em sua homenagem ele ergueu uma capela. A Penha  nasce de um milagre, por isso é uma terra sagrada, de acordo com seu mito fundador, que pulsa até hoje em suas ruas estreitas e vive em sua tradição religiosa. 

Incontáveis milagres – a Igreja data de 1682 e desde essa época Nossa Senhora da Penha tem realizado milagres, e provavelmente o maior deles é o da conversão, a cada domingo mais e mais pessoas frequentam as missas e se batizam, mesmo já adultas. Nesse momento de pandemia, como em todas as igrejas, estão sendo retomados os ofícios. 

Até há pouco tempo, eram organizadas procissões e romarias imensas vindas de todos os lugares do Brasil e do mundo, tal a repercussão das Graças concedidas por Nossa Senhora da Penha. De minha janela, podia ver e ouvir os passos e os cantos dos fieis, que com velas e imagens nas mãos, se dirigiam à igreja pela ladeira Coronel Rodovalho. Depois que a diocese da Penha ficou como apêndice da diocese de São Miguel, essa tradição foi simplesmente extinta.

Milagre da vida – Peço apenas a licença nada poética para dar meu testemunho sobre minha madrinha Nossa Senhora da Penha, pois sem ela nem uma dessas linhas seria possível ser escrita. 

Nasci em 1962, primeira filha de uma mãe em idade avançada para a época, que foi submetida a uma cesariana. Vim ao mundo já arroxeada e gelada, com quatro voltas de cordão umbilical  no pescoço, sem oxigenação no cérebro e sem ar. Não chorei e foi dada como certa minha  morte dali a alguns dias, nem me colocaram em incubadora. Foi  quando minha avó discutiu com os médicos na maternidade do Brás e decidiu me consagrar a Nossa Senhora da Penha pelo batismo, nessa mesma igreja que hoje é santuário. Em minha certidão consta meu avô paterno como padrinho e Nossa Senhora da Penha comol madrinha. Segundo minha falecida avó Luiza, ela foi apenas a representante. A madrinha de fato era Nossa Senhora. Depois disso, houve uma melhora surpreendente até para os médicos e sobrevivi com saúde e principalmente sob a Graça e proteção de Nossa Senhora da Penha.

Se fosse possível orar à rainha da Penha neste seu aniversário, pediria que recebêssemos a Graça de ter à frente de nossa cidade alguém que se importasse com as famílias, com a proteção aos idosos que tanto podem transmitir às novas gerações, com a preservação da nossa História e Patrimônio, com a Educação de nossas crianças e jovens, com a qualidade de vida de todos os moradores, não só da Penha, como de todos os bairros.

Por tudo isso, agradeço de coração, dou os parabéns e rendo minhas homenagens. Viva Nossa Senhora da Penha! 

Vera Amatti

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.
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