Arte

Linotipo

Continuando a série: “50 máquinas que mudaram o rumo história”. Vamos falar sobre a máquina que marcou a história da tipografia, foi uma grande revolução.

Há seis séculos tipógrafos europeus gravaram em páginas inteiras em blocos de madeira, e no século XV Jonhanes Gutemberg (c.1398-1468) criou a primeira prensa de tipos móveis na Europa.

O sistema de Gutenberg permitia que páginas de textos fossem montadas a partir de caracteres individuais e intercambiáveis gravados em pequenas peças de chumbo.  Para a época foi um grande avanço tecnológico, em relação aos blocos de madeira, mas o processo de composição de tipografia de livros, jornais e revistas ainda era demorado, exigia o trabalho de dezenas de operários. Os livros passaram ser mais disseminados, mas continuavam relativamente caros e não tão acessíveis para a grande parte da população, enquanto os jornais possuíam no máximo oito páginas por edição. Concluindo, os custos elevados e as limitações da tecnologia continuavam a impedir a difusão do conhecimento e da informação.

No final do século XIX, já havia surgido várias mídias como telegrafo sem fio, máquina de escrever e telefone. Mas a mídia impressa era o principal veiculo de informação e educação mais acessível, embora não tenha havido nenhuma mudança na mesma após desde a época de Gutenberg, era um momento ideal para o avanço no processo de composição da tipografia.

O homem que revolucionou a composição da tipografia no século XIX ganhou a alcunha de “o segundo Gutenberg”, era um inventor amador que teve uma ideia inspirada e encontrou uma maneira prática de lança-la. Otto Mergenthaler (1854-1899) era o terceiro filho de um professor alemão, foi aprendiz de um relojoeiro em seu País, Alemanha. Devido às poucas oportunidades em seu País aos 18 anos foi para a América em busca do “sonho americano”.

Em 1876, Mergenthaler então com 22 anos e sócio de em uma empresa de instrumentos científicos em Baltimore, estado de Maryland, foi contratado por James O. Cleaphane (1841-1910) e Charles T.Moore (1847-1910), com um projeto de máquina de escrever.  Com a ideia de acelerar as publicações de processos judiciais Clephane e Moore basearam seu projeto na máquina de escrever, uma invenção que já havia no mercado americano (falaremos dessa invenção em breve). A maquina deles possuía várias falhas de design, incluindo o uso de moldes de papel machê que não produziam impressões claras.

Os inventores perguntaram a Mergenthaler se ele poderia aprimorar o design da máquina para que e mesma se tornasse mais funcional. Após oito anos e várias formulações do protótipo de Clephane-Moore, Mergenthaler conseguiu produzir a primeira máquina que combinava um teclado de máquina de escrever modificado com um mecanismo de fundição para produzir linha inteira de texto. A máquina foi patenteada em 1886 e sua primeira demonstração comercial foi em 1886 na presença de Whitelaw (1837-1912), editor do jornal New York Tribune, que exclamou: “Ottmar, você conseguiu novamente! Uma linha de tipos!”- e assim a máquina ganhou o nome: a linotipo.  

O invento de Mergenthaler era idêntico a uma máquina de escrever gigante, com 2 m de altura e 1,8 m de largura.

A cultura da comunicação da atualidade é o reflexo da revolução que a linotipo impulsionou no fim do século XIX. Mergenthaler já havia lamentado a falta de livros escolares em seu País, Alemanha, durante sua infância e seu invento ajudou a transformar e padronizar a educação em todo o mundo. Mas a disseminação de livros mais baratos não ficou limitada a educação, mas para os demais livros de todos os gêneros literários.

Foto: Joabson João

Referência Bibliográfica

CHALINA, Eric. 50 Máquinas que mudaram o Rumo da História. Tradução de Fabiano Morais. Rio de Janeiro. Sextante. 2014. 

Joabson João

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.

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