Uma crônica…
Certa vez, surgiu um político esperto, inteligente, flexível, com método, com estratégia e que sabia o que queria e aonde queria chegar.
Ao contrário da maioria esmagadora dos políticos de seu país, sabia jogar com a lógica do poder e usava os instrumentos de psicologia nas suas relações pessoais e com a sociedade. Por tudo isso, ele era um político perigoso pelo potencial que ele tinha de alcançar distâncias consideráveis no seu projeto de poder. Nada disso seria recriminável se ele fosse um político autêntico, um democrata compromissado. Mas o fato é que ele não era sequer um liberal.
Ele, o cara, pelo que se sabe, rezava pelos piores manuais da enganação, da manipulação e do charlatanismo. A cartilha que ele seguia, citava e admirava era a Cartilha da Vigarice. Por isso, ele era além de O Cara, O Perigoso!
Ele quer o poder pelo poder, pelo brilho que o poder oferece e pelas suas benesses. A personalidade do sujeito era a condensação pura da vaidade; para usar a linguagem weberiana, nele não havia causa a realizar, não havia propósito, não havia senso de proporção, não havia distanciamento crítico e nem existiam as mediações necessárias entre o essencial e o aparente.
Tudo era jogo de aparência, dissimulação, ardil.
Quem é ele?
É aquele que usa as pessoas como bem lhe convém, faz delas apenas trampolins como o padrinho político ensinou. Padrinho para o qual, na primeira oportunidade, ele vira as costas pela disputa de poder interno no partido, e depois eis que eleito um presidente que ele sempre rejeitou, eis que usa a imagem do então líder nacional para se eleger, criando um entrelaçamento o qual sempre negou que faria.
E novamente com sua insaciável sede de poder, ele se afasta do Chefe de Estado para pavimentar sua estrada rumo as próximas eleições presidenciais…
Sua ascensão foi meteórica, mas sua queda será monumental.