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Política

As manifestações do dia 30: A marcha anti-Bolsonaro

As manifestações do dia 30 foram um ato contra o governo e sua figura mais polêmica, o presidente Jair Messias Bolsonaro. Nas ruas ecoavam as narrativas que se repercutem diariamente na mídia impressa, blogs, canais de youtube e mídia televisiva progressista (esquerda), as quais possuem uma ojeriza e fortes críticas à gestão do atual governo e a pessoa máxima do poder executivo. Não foi pela educação ou por uma pauta específica; foi um ato claro de repudio ao governo vigente.

Em comparação a manifestação do dia 15 e a do dia 26 de maio, pró-governo esta última, a do dia 30 foi menor tanto nas ruas como na repercussão entre mídias sociais como Twitter e no Facebook. O jornal O Globo tendo por fonte um estudo da FGV ( Fundação Getúlio Vargas) DAPP ( Departamento de Análise de políticas públicas) aponta para a diminuição do número de publicações nestas duas mídias sociais :

Um estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV (DAPP) analisou a repercussão dos protestos desta quinta-feira (30) no Twitter e no Facebook. Em um levantamento feito de meia-noite até às 17h mostrou que os atos desta quinta mobilizaram metade do número de publicações feitas na manifestação do dia 15 de maio.

(O Globo)

O Jornal Gazeta do Povo mostra a diminuição dos números desta manifestação em relação a que ocorreu dia 15 de maio:

Milhares de pessoas foram às ruas pela segunda vez, nesta quinta-feira (30), para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), mas o número de cidades que foi palco de protestos diminuiu, quando comparado ao último dia 15 de março. Foram em 136 cidades em 25 estados e no Distrito Federal, contra 222 municípios no primeiro ato (Grifo meu). No domingo (26), 156 cidades registraram atos em apoio ao presidente e às reformas em 26 estados e no Distrito Federal.

(Gazeta do Povo)

Os links de ambas as matérias estarão disponíveis ao fim deste artigo.  Embora menor esta teve traços peculiares. Primeiro ela contou com a presença de diferentes grupos progressistas que não haviam estado presentes na do dia 15; igrejas protestantes de linha esquerdista ou que antipatizam com o atual governo estavam nas ruas, por exemplo. O governo vigente sempre buscou apoio de grupos religiosos católicos e protestantes que possuem uma visão de sociedade em convergência com a do governo e, agora, grupos religiosos, que são usualmente vistos como de direita ou conservadores pelo grande público, estavam nesta manifestação do dia 30, revelando que a linha progressista tem fortes adeptos dentro de igrejas protestantes e na própria igreja católica, um fato não óbvio para o público leigo, mas já criticado e analisado por analistas políticos conservadores como o escritor, conferencista e cineasta Bernardo P. Kuster. O filósofo e escritor Paulo Ghiraldelli Jr. Fez no seu canal no youtube uma análise desta manifestação (link também disponível ao fim deste artigo) onde compreende que essa manifestação revela o crescimento da consciência das pessoas a respeito do seu papel como agentes de mudança.

Nem tudo foi um show de democracia…

O repórter Marcelo Mattos junto com o cinegrafista João Pedro Montans, ambos faziam a cobertura da manifestação em São Paulo, foram cercados durante 20 minutos de acordo com matéria publicada pelo site da Jovem Pan e também tendo sido o fato mostrado em tempo real em transmissão no canal no youtube do programa Os Pingos nos Is. Palavras de baixo calão, hostilidade e agressividade marcaram o modo de proceder do grupo que atentou contra a figura do repórter. A impressa tem sido vista no imaginário de grupos fanáticos como um agente panfletário que se converge com a ideologia destes é aceita, mas se diverge deve ser repudiada e impedida de exercer o papel de informar.  É inegável que o quarto poder, a mídia, age, em sua maioria, como máquina de defesa da esquerda e sua velha politica onde os meios justificam os fins; agindo como publicitários e promotores do tribunal mediático onde o único intuito é descreditar conservadores e intelectuais de direita, porém isso não pode ser usado como permissão para atacar e retaliar jornalistas e membros da mídia, considerando qualquer um que critique o atual governo como um inimigo, e nem mesmo àqueles veículos mediáticos que notoriamente são progressistas merecem hostilização. A mudança social que permitirá um debate plural a respeito dos mais diferentes temas, sem censura, se dará com o aumento gradativo do número de mídias conservadoras, liberais e de demais linhas de direita nas mídias sociais e nas tradicionais se contrapondo ás de cunho progressista. Violência e palavras de ordem, onde o ódio impera, não trarão nada positivo.

No mês de manifestações antagônicas ideologicamente quem ganhou, com ressalvas, foi a democracia

Os governos petistas deixaram um rastro de problemas sociais e econômicos que cabe ao atual governo resolver o que lhe parecer necessário e possível para o retorno do crescimento da economia que se encontra, atualmente, quase que totalmente estagnada. A quebra da censura em ambientes que deveriam ser marcados pela pluralidade de ideias, universidades, também se faz extremamente necessário. Não se pode negar, todavia, que para as minorias representativas os governos de esquerda foram um marco de mudanças positivas e para toda uma geração que cresceu e amadureceu politicamente dentro dos governos progressistas do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma; Haddad conseguiu um pouco mais de 47 milhões de votos contra 57 milhões do adversário Jair Messias Bolsonaro o que mostra que há uma base eleitoral que não vê no vigente governo o modelo de gestão adequada aos interesses da nação e, especificamente, não vê no presidente um líder.

A chamada polarização crescerá à medida que o governo atual se mostrar mais antagônico em relação às praticas politicas dos governos anteriores. Há algo ruim numa sociedade polarizada? Não, não há. Para os jornalistas que entendem que o ambiente politico perfeito é aquele que há esquerda e centrão dominando o palco politico junto há uma direita fraca e tímida (ou nem isso), sim, de fato, a polarização amedronta e amedrontará mais com o crescimento do conservadorismo no Brasil e de demais braços da direita, contudo, a democracia se fortalecerá. Uma democracia saudável é aquela onde diferentes linhas politicas, ideológicas e filosóficas se antagonizam no âmbito cultural e politico da nação; a liberdade de expressão não é mantida a canetadas mas sim pela pluralidade e diversidade de ideias.

A polarização crescente é bem vinda desde que pacífica. O combate a excessos, que ferem a legalidade, na internet, nas manifestações de rua e nos centros de formação intelectual do país é algo imprescindível para a manutenção de um ambiente propício ao debate de ideias e visões opostas, ás vezes irreconciliáveis, de mundo.

No fim, quem ganha com a pluralidade e polarização (quebra de hegemonia de narrativa) é a democracia. Que venham mais manifestações com mais consciência e menos balburdia.

Links das matérias utilizadas neste artigo:

Jornal O Globo:

https://oglobo.globo.com/sociedade/dia-30-foi-menor-nas-redes-protesto-pela-educacao-tem-metade-do-impacto-registrado-no-dia-15-23706960

Jornal Gazeta do Povo:

https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/atos-contra-cortes-na-educacao-tem-menor-expressao-mec-parte-para-o-ataque/

Matéria publicada no site da jovem Pan sobre o ataque ao jornalista durante manifestação:

https://jovempan.uol.com.br/programas/jornal-da-manha/equipe-de-reportagem-da-jovem-pan-e-cercada-e-agredida-durante-ato-da-esquerda-em-sp.html

Canal do escritor e filósofo Paulo Ghiraldelli Jr contendo a análise sobre a manifestação do dia 30:

Carlos Alberto

Formado em Letras pela UFPE e fluente em inglês e espanhol com certificados internacionais em ambas as línguas. Escreve artigos sobre literatura , educação, cinema e política. Palestrante e debatedor dos temas já mencionados.

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