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Vivendo Dias de Glória!

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Exatos 40 dias após a Páscoa cristã tem início a Festa da Ascensão do Senhor ou simplesmente Ascensão de Cristo que celebra a subida de Jesus em glória ao céu. A Quinta-Feira da Ascensão é observada por todas as igrejas cristãs conforme o disposto em Atos 1:3.

De origem apostólica, a festa inclui vigília, louvor, jejum e oração, esta última, geralmente, novena preparatória para o Pentecostes. Os três dias que antecedem a Quinta-Feira da Ascensão são denominados de Dias de Rogação assim como o domingo anterior é chamado de Domingo de Rogação. O grande motivo para a celebração é que ao ascender o Messias encerra a obra da nossa redenção: Ele venceu a morte e a todos salvou com seu sacrifício de amor. Johann Sebastian Bach compôs várias cantatas para Ascensão e um oratório chamado justamente Oratório da Ascensão para serem usados como louvor no período litúrgico.

A ascensão compreende o período de 10 dias e desemboca no Pentecostes, uma das mais importantes celebrações cristãs, e que acontece 50 dias depois da Páscoa e celebra a descida do Espírito Santo de Deus sobre os apóstolos de Jesus e sobre Maria de Nazaré. O Domingo de Pentecostes é o último dia da Festa do Divino Espírito Santo.

Segue-se ao Domingo de Pentecostes, o Domingo da Santíssima Trindade e na quinta-feira seguinte a este, o Corpus Christi (Corpo de Cristo ou Corpo de Deus) sessenta dias após a Páscoa. A Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo data de pelo menos 1270 tendo início em Colônia, na Alemanha e depois se estendendo para França e Itália.

A data tem a ver com a última ceia em que Jesus diz que em memória Dele todos deveriam alimentar-se de seu corpo e sangue, simbolicamente, o pão e o vinho. É um feriado em muitos países chamado de “Feast of Corpus Christi” em que procissões, orquestras, corais e até tapetes feitos no chão das ruas marcam o dia. Essa última tradição, a dos tapetes, é muito peculiar e surgiu em Portugal, tendo chegado ao Brasil na época da colonização. O objetivo é transportar para o chão utilizando elementos da natureza as imagens de Cristo e do Corpus Christi.

A beleza de todas essas celebrações está na composição dos fatos: Crucificação – Ressurreição – Ascensão – Pentecostes – Corpus Christi, um movimento no sentido de glorificação máxima do Messias, que ainda que tenha subido aos céus, buscou antes preparar pessoas e ao ascender deixou um Espírito Santo, um consolador e um intercessor. E, mesmo tendo subido e deixado um confortador, Ele fez questão de anunciar que estaria presente Ele mesmo, simbolicamente, na forma do pão e do vinho, que representariam seu corpo físico. Este cuidado em pensar em cada passo demonstra um amor incomparável e uma preocupação de fixar que haja o que houver Ele estará conosco em espírito, através do Paráclito ou em forma visível (pão e vinho); e mais do que isso, o consolador habita em nós, isto é, nosso corpo espiritual; e o pão e o vinho nos alimentam – matam a fome e a sede – nos alcançando a carne e o sangue, ou seja, nosso corpo físico, portanto, nos alimentando também e, sobretudo o espírito.

A marca da presença de Cristo em nossos dias é inegável e a maneira como Ele pretendeu deixar isso claro é sublime. Só mesmo um Deus amoroso desenharia todo um cenário com tamanha perfeição, apenas para dizer que ainda que a espera seja longa e dolorosa, não estamos sós. Ele diariamente é conosco. Basta que nós O deixemos entrar.

Crédito da imagem: Paróquia de São Pedro e São Paulo Apóstolos

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Clarissa Xavier

A professora é voluntária e colabora com artigos nas áreas de educação e estudos religiosos para periódico e livros do Grupo Duna.

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