Da série: 50 Máquinas que mudaram o rumo da história. Vamos conhecer um pouco da história do Navio a Vapor Great Easter.

O Great Easter nunca naufragou, apesar dos inúmeros problemas e contratempos que foram enfrentados desde o dia que foi concebido. Com seu casco duplo e o sistema de direção mecanizado que até hoje são usados como base para construção de transatlânticos e seu tamanho o tornou adequado para executar a tarefa de instalar o primeiro cabo telegráfico a cruzar o Oceano Atlântico.
O engenheiro responsável pelo Great Easter, Isambard Kingdom Brunel (1806-1859), o intitulou de seu “Grande Bebê”, o mesmo tinha 211 metros de comprimento.
O Great Easter teve sua viagem inaugural em 1859, onde ocorreu uma explosão em sua caldeira e matou cinco foguistas e muitos feridos. Em 1862 ele foi perfurado por rochas na costa de Long Isaland que abriram um rasgo em seu casco 60 vezes maior do que o que causara o naufrágio do Titanic, o exemplo mais conhecido de navio que era considerado a prova de naufrágios, que apesar do ocorrido o Great Easter, permaneceu na superfície, devido a seu casco duplo, até sua chegada em Nova York para ser reparado sem nenhum auxilio externo. Foi o projeto de navio mais ambicioso do século XIX, mantendo o recorde de maior navio em operação durante décadas e de maior tonelagem até o inicio do século XX.
Seus modelos revelam uma estranha mistura de tecnologias marítimas, onde ele possuía seis mastros para velas e chaminés para seus motores a vapor que impulsionavam duas rodas de pás gigantescas e uma hélice propulsora. Além de contar com porões de carga e acomodações de luxo para passageiros. Foi projetado para o grande percurso entra Índia e Austrália, que poderia ser feito sem a necessidade de reabastecimento.
Depois da falência de seus engenheiros o navio foi forçado e trocar de rota e passou a fazer a travessia com o Atlântico. De 1865 a 1878, transportou cabos telegráficos transoceânicos. Após 10 anos de atração turística na Inglaterra, foi desmantelado e vendido como sucata.
“Nenhum Navio construído até então se equiparava remotamente em tamanho ou complexidade ao Great Easter; sua construção, no entanto, foi encomendada a um estaleiro tradicional, mas deixada a cargo de um engenheiro naval de reputação extraordinária: John Scott Russel.”
Referência Bibliográfica
CHALINA, Eric. 50 Máquinas que mudaram o Rumo da História. Tradução de Fabiano Morais. Rio de Janeiro. Sextante. 2014.